EUROPA

Suprema Corte da Espanha autoriza exumação de ex-ditador Francisco Franco

Congresso havia decidido retirar corpo de Franco do Vale dos Caídos, local que homenageia vítimas da Guerra Civil

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Impasse com a família de Franco travava implementação da proposta do governo socialista espanhol
Impasse com a família de Franco travava implementação da proposta do governo socialista espanhol - Wikicommons

A Suprema Corte da Espanha autorizou nessa segunda-feira (17) a exumação do general e ex-ditador Francisco Franco, que comandou o país entre 1936 e 1975. Com a decisão, a Justiça rejeitou uma medida cautelar impetrada pela família de Franco, que pedia que o procedimento fosse barrado.

“A medida cautelar solicitada deve ser negada porque o acordo apelado não justifica a exumação dos restos mortais do senhor Francisco Franco Bahamonde ou produz uma situação irreversível que faria com que a apelação perdesse seu propósito”, afirmou a Suprema Corte. 

Em setembro deste ano, o Congresso espanhol deu luz verde à exumação e retirada dos restos mortais do ex-ditador do Vale dos Caídos, local onde vítimas da Guerra Civil Espanhola estão sepultadas. 

Na ocasião, a vice-primeira-ministra do país, Carmen Calvo, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), afirmou que a transferência do corpo era urgente “porque estamos atrasados. Um ditador não pode ter um túmulo de Estado em uma democracia consolidada como a Espanha”. 

A decisão permitiu que a família de Franco pudesse decidir para onde os restos mortais serão transferidos após a exumação. Os netos do ditador solicitaram que o corpo fosse transferido para a Catedral de La Almudena, na região central de Madri, local no qual a família possui uma cripta. 

A ideia não foi bem recebida pelo governo espanhol, que, no entanto, afirmou que irá respeitar a escolha dos familiares. O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, deu como prazo final para a exumação o fim de 2018.

Edição: Vivian Fernandes