Em decisão pessoal, publicada no “Diário Oficial” da União, o presidente Michel Temer, do MDB, autorizou a extradição do cidadão italiano e ativista de esquerda, Cesare Battisti, para a Itália, onde foi condenado à prisão perpétua.
No despacho presidencial número 156, publicado na sexta-feira (14), Temer contraria a decisão da AGU (Advocacia-Geral da União) que, em um parecer de 2007, se manifestou de forma favorável a permanência do ativista no Brasil, sendo ele um perseguido político na Itália. Battisti é casado com uma brasileira e tem um filho brasileiro de dois anos e meio de idade.
Em 2017, a defesa jurídica do italiano conseguiu uma liminar no STF (Supremo Tribunal Federal) impedindo a extradição. No entanto, a liminar foi derrubada esta semana, dois dias antes da decisão de Temer, pelo ministro Luiz Fux, que havia concedido a liminar.
Com a decisão de Temer, Battisti é considerado foragido pela Interpol e pode ser preso a qualquer momento pela Polícia Federal e extraditado para a Itália.
Depois de eleito, Jair Bolsonaro, do PSL, se reuniu com o embaixador da Itália, e um dos assuntos foi a extradição do ativista italiano. No encontro, no início de novembro, Bolsonaro disse que o governo italiano poderia contar com o apoio dele para a extradição.
Battisti foi acusado pelo governo italiano de participação em quatro assassinatos na década de 1970. No entanto, o italiano nega qualquer envolvimento nos crimes e diz que a acusação é motivada por perseguição política. A condenação de Battisti, na Itália, aconteceu em 1993.
Edição: Brasil de Fato