O novo primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou nesta segunda-feira (11/06) que o país permitirá que o barco Aquarius, que leva 629 pessoas resgatadas no Mediterrâneo, atraque no porto de Valência. Os prefeitos de Barcelona, Ada Colau, e de Valência, Joan Ribo, ofereceram os portos locais para a embarcação, que está com 629 imigrantes à deriva e foi recusada pela Itália e por Malta.
“É nossa obrigação ajudar a evitar uma catástrofe humanitária e oferecer um porto seguro a essas pessoas, cumprindo, dessa maneira, com as obrigações do direito internacional”, disse Sánchez, em nota divulgada pela Presidência do Governo da Espanha.
No domingo (10/06), o Ministério do Interior da Itália recusou autorização para o navio atracar. Essa foi a primeira vez que uma embarcação é rejeitada desde que o líder de extrema-direita Matteo Salvini assumiu o controle da pasta, que é responsável pelas políticas de imigração.
Entre as 629 pessoas a bordo do Aquarius, há 123 menores de idade desacompanhados, 11 crianças acompanhadas e sete mulheres grávidas.
O navio é operado pela ONG SOS Méditerranée, com pessoal de Médicos Sem Fronteiras (MSF). Os migrantes foram resgatados em seis diferentes operações no Mediterrâneo, sendo a mais delicada delas para salvar os ocupantes de um barco inflável que virara no mar com 40 pessoas.
O Aquarius socorreu 229 indivíduos, mas os outros 400 foram transferidos para o navio por embarcações mercantis e da própria Guarda Costeira da Itália. O Aquarius segue no mar enquanto aguarda a indicação de um porto para ancorar.
Segundo MSF, não há ninguém em estado grave, e todos estão alimentados e hidratados.
De acordo com a Organização Internacional para Migrações (OIM), 33.226 deslocados externos já entraram na União Europeia via Mediterrâneo em 2018, sendo 13.808 pela Itália, 11.070 pela Grécia, 8.301 pela Espanha e 47 pelo Chipre. Outras 785 pessoas morreram ou desapareceram na travessia.
"Mais de 750 mortos no Mediterrâneo em 2018. O salvamento de vidas no mar deve permanecer uma prioridade absoluta de qualquer governo", disse a porta-voz do Acnur para o sul da Europa, Carlotta Sami.
(*) Com Ansa
Edição: Opera Mundi