AMÉRICA LATINA

Chile: Justiça condena 53 ex-militares por crimes cometidos durante ditadura Pinochet

De acordo com comunicado, sentença é uma das maiores da história do país envolvendo violação de direitos humanos

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Condenados eram oficiais da Direção de Inteligência Nacional (Dina), órgão de repressão da ditadura de Pinochet
Condenados eram oficiais da Direção de Inteligência Nacional (Dina), órgão de repressão da ditadura de Pinochet - Wikicommons

A Justiça do Chile condenou nesta segunda-feira (03) 53 ex-agentes da ditadura de Augusto Pinochet por envolvimento na execução de nove membros do Partido Comunista chileno em 1976. 

De acordo com comunicado emitido pelo Poder Judiciário, a sentença, uma das maiores da história do país envolvendo violação de direitos humanos, foi expedida pelo crime de sequestro qualificado.

Os condenados eram oficiais da Direção de Inteligência Nacional (Dina), órgão de repressão da ditadura de Pinochet criado em 1973 com o objetivo de perseguir, prender e assassinar opositores do regime.

As penas recebidas pelos ex-oficiais, decididas pelo juiz especial para casos de violações de direitos humanos, Miguel Vázquez Plaza, vão de 3 a 20 anos de prisão. Entre os condenados está o brigadeiro do Exército Miguel Krassnoff Martchenko que, com essa sentença, soma 700 anos de prisão por violações de direitos humanos durante a ditadura de Pinochet.

As investigações determinaram que todas as vítimas foram detidas para ser interrogadas e torturadas em razão da sua militância política, para que dessem informações sobre as atividades do partido e, especialmente para que identificassem outros membros na clandestinidade.

Ainda segundo a Justiça, as vítimas foram assassinadas durante a operação "Calle Conferencia" que consistiu no extermínio programado de toda a direção do partido que atuava de forma clandestina.  

Os assassinatos foram cometidos com um bolsa plástica que era usada para asfixiar as vítimas e muitos dos corpos foram jogados ao mar. Segundo o juiz Vázquez Plaza, essas práticas de tortura e desova de corpos era utilizada de forma sistemática pelos agentes do governo.

As vítimas eram Mario Zamorano Donoso, Onofre Muñoz Poutays, Uldarico Donaire Cortéz, Jaime Donato Avendaño, Elisa Escobar Cepeda, Lenin Díaz Silva, Eliana Espinoza Fernández e Víctor Díaz López, todos do Partido Comunista chileno.

De acordo com números oficiais, cerca de 3.200 chilenos foram mortos por agentes do Estado na ditadura de Augusto Pinochet. Cerca de 1.200 ainda constam como desaparecidos.

Edição: Opera Mundi