Milhares de pessoas se reuniram no centro de São Paulo, nesta sexta-feira (26), para a “caminhada da virada”, que partiu da Praça do Patriarca e seguiu pelo calçadão comercial da região central pedindo votos para Fernando Haddad (PT) e denunciando os vícios antidemocráticos da candidatura de Jair Bolsonaro (PSL).
Rafael Teixeira é retirante nordestino, morador de São Paulo há 50 anos. “Eu vim matar a minha fome aqui em São Paulo”, conta o aposentado de 71 anos, que levou consigo um pedaço de sua história, para convencer os indecisos a votar em seu candidato.
“Nas caatingas do Nordeste eu perdi meus pais aos cinco anos de idade. Perdi duas irmãs e três irmãos de fome, de pneumonia e tuberculose. Depois que Lula e Dilma chegaram à Presidência, ninguém mais passava fome. Incentivaram a cultura, fizeram poços artesianos. Eu acredito na cultura e não nas armas. A única arma capaz de combater a violência são os livros”.
Mãe de cinco filhos, Regina do Carmo disse que decidiu ir às ruas nesta reta final da campanha para combater o projeto violento de Jair Bolsonaro. “Não quero esse país para os meus filhos. Eu prefiro votar no Haddad porque ele é uma pessoa séria, foi competente como prefeito e vai ser um bom presidente”.
A caminhada reuniu centenas de militantes na região da Sé, inclusive os que são críticos ao Partido dos Trabalhadores, como é o caso de Matza Edmir. “Neste momento Haddad não representa o PT apenas. Muito mais que o PT, ele representa uma frente democrática muito ampla, que inclui figuras desde Ciro Gomes até o próprio Fernando Henrique Cardoso que já se manifestou. Eu sempre uso esse argumento: se Haddad ganha, os opositores vão poder se manifestar. O governo Haddad não vai prender nem expulsar do país aqueles que continuarem insistindo nessa proposta de autoritarismo, militarismo. Eles vão poder expressar suas ideias”.
Muitos dos presentes destacaram a injeção de ânimo com os resultados das últimas pesquisas, que apontaram o crescimento do candidato petista, principalmente na capital paulista, onde Haddad atualmente está com 51% das intenções de voto, segundo pesquisa do Ibope.
“A gente está na era da informação, né? Internet, redes. Então eu tô o tempo inteiro compartilhando notícias, mandando nossa verdade. Porque do lado de lá só tem fake. Então a gente vai para as redes e também para as ruas, nos atos, nas caminhadas. Tudo o que eu pude fazer nessa campanha eu fiz. Votei nele no primeiro, vou votar de novo e trabalhar para virar”, disse Marcos Valadão, artista de 22 anos.
Enquanto conversava com transeuntes, Amália e Cida, moradoras da zona leste de São Paulo, lembravam os avanços produzidos no âmbito municipal durante a gestão de Haddad como prefeito da capital paulista. “A gestão do Haddad foi ótima. Sapopemba teve subprefeitura, que não tinha, iluminação de led, onde eu moro tem praça com wi-fi. Então eu não tenho o que reclamar”.
Na manhã do sábado (27), véspera da eleição, Haddad realiza uma caminhada no bairro de Heliópolis, também na cidade de São Paulo, onde vota no domingo (28).
Edição: Diego Sartorato