Cinco dias antes do segundo turno das eleições presidenciais, movimentos populares e partidos políticos fazem, em São Paulo (SP), o "Ato da virada pela democracia" em apoio ao candidato Fernando Haddad (PT).
Os militantes vão se reunir às 17h no Largo da Batata, zona oeste da capital paulista. A manifestação ocorre um dia após os cariocas saírem às ruas em defesa do petista.
Integrante da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Kelli Mafort pontua que o objetivo é demonstrar força política capaz de reverter desvantagem de Haddad no segundo turno.
"Nós estamos compreendendo que o processo das eleições ainda estão em disputa. É possível virar. E esse processo do ato consagra todo um trabalho que a gente vem fazendo com as nossas brigadas nas periferias, nos centros das capitais, nas cidades pelo país afora", afirma a dirigente.
O candidato de extrema direita Jair Bolsonaro (PSL) lidera as pesquisas de intenção de voto. De acordo com os últimos dados do Instituto Ibope desta terça-feira (23), Bolsonaro tem 57% dos votos válidos, enquanto Haddad tem 43%: em comparação com a última pesquisa, de 15 de outubro, a diferença entre os candidatos caiu 4 pontos percentuais.
"E com quem a gente tem conversado nos trens, metrôs, terminais de ônibus ou batendo de casa em casa, a gente sente uma grande esperança da virada e que, de fato, vamos conseguir derrotar essas forças ultradireitistas que estão concentradas na candidatura de Jair Bolsonaro", completa.
Mafort também pontua a articulação de uma frente ampla em defesa da democracia, que reúne entidades, artistas e religiosos de diferentes matrizes. Estão confirmadas a presença de Haddad, Manuela d'Ávila (PCdoB), candidata a vice da coligação O Brasil Feliz de Novo, e do ex-candidato Guilherme Boulos (PSOL), liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Além disso, os manifestantes vão se contrapor às ameaças da campanha do candidato do PSL contra a oposição, inclusive com a proposta de caracterizar o MST e o MTST como terroristas.
No último domingo (21), Bolsonaro prometeu, em uma mensagem em vídeo transmitida a seus apoiadores, que "marginais vermelhos serão banidos da nossa pátria", se eleito.
"Isso é um absurdo porque são movimentos que lutam pela moradia, pela reforma agrária, pelos direitos básicos do nosso povo. É por isso que vamos às ruas dizer que não temos medo de Bolsonaro. Estamos nessa luta e nesse enfrentamento", finaliza.
Edição: Diego Sartorato