Neste dia 3 de outubro, o Brasil de Fato Paraíba encerra à série de entrevistas iniciadas dia 26 de setembro com as candidatas e os candidatos mais expressivos- integrantes do campo político de atuação da Frente Brasil Popular, na Paraíba - e que disputam vagas para o legislativo estadual. Já foram entrevistados os candidatos Anísio Maia (PT), Luzenira Linhares (PT), Cida Ramos (PSB), Estela Bezerra (PSB) e fechando o ciclo de pleiteantes ao legislativo estadual, o entrevistado de hoje é Jeová Campos (PSB).
Jeová Vieira Campos nasceu em São José de Piranhas, sertão paraibano. Conhecido como o deputado das águas, disputa sua terceira reeleição à Assembleia Legislativa da Paraíba. Foi filiado ao Partido dos Trabalhadores. Em 2014, filiou-se ao PSB, partido pelo qual foi eleito para exercer seu segundo mandato de deputado estadual.
Confira agora as ideias do candidato a deputado estadual, Jeová Campos (PSB).
BdF - Para você o que está em jogo nessas eleições?
Jeová - Depois dos anos 80, que o brasil viveu o processo de redemocratização, essas eleições são as mais importantes, porque ela enfrenta desafios muito parecidos como aquele que era o fim da ditadura militar, com a redemocratização. Nesse momento, depois de um período democrático, o país se vê diante de uma crise institucional fortíssima. Os partidos credibilizados da política, sem ter o respeito da população e como agravante você ter parte instituições, que são do estado servindo como partido político, como membro do Ministério Público e do poder judiciário. A prisão do Lula é uma expressão maior disso, não existem elementos que deem sustentabilidade a essa prisão do Lula, para mim, o que está em jogo no Brasil é a redemocratização e o fim da política de exclusão. São 13 milhões de desempregados, 7 milhões de pessoas passando fome, pessoas perdendo benefícios e prestação continuada, bolsa família, sem falar da concentração de renda nas mãos dos banqueiros. Precisamos romper com esse golpe. Considero essa eleição muito parecida com a de 89, lá era o fim da ditadura, aqui é o fim de um golpe.
BdF - Porque você é candidato?
Jeová - O povo precisa ter representantes com capacidade de serem defensores de causas coletivas. Questões como a da água, como já falei anteriormente, a defesa da democracia, questão do apoio à micro e à pequena atividade produtiva, nos diversos potenciais que a Paraíba tem. Por exemplo, no semiárido você tem o pano de prato de Itaporanga, você tem a rede de São Bento, calçados de Patos, panelas de Catolé e Triunfo, as confecções de Cajazeiras. Eu entendo que é preciso gerar oportunidade de trabalho, só se combate à pobreza gerando riqueza, e vamos caminhar pelo trabalho. Sou candidato para ajudar a Paraíba a continuar em frente, sendo governada pelo trabalho, simbolizada por Ricardo Coutinho e João Azevedo. Sou candidato também para poder, de fato, continuar sendo a voz dos milhares que, neste momento, não conseguem exprimir politicamente o seu pensamento. O compromisso com os mais humildes me obriga neste instante a continuar a luta política global, sendo candidato nas eleições.
BdF - Quais serão suas principais linhas de atuação?
Jeová - A questão da agricultura familiar, a chegada das águas do Rio São Francisco, brevemente, a perenização do Rio Piranhas, a médio prazo, a perenização do Rio Piancó, água, terra fértil, é preciso política de apoio técnico, crédito para fortalecer o segmento para fixar o homem do campo, e não só isso, mas colocar o alimento com mais qualidade na mesa dos paraibanos. Na área da saúde, adoção de políticas importantes como o novo teste do pezinho, que vai diagnosticar quase trinta doenças das crianças que nascem com problemas do metabolismo, e assim uma política preventiva de saúde. Associada a essa questão a defesa do hospital geral universitário da Universidade Federal de Campina Grande, em Cajazeiras. Esta é uma pauta muito boa para consolidar o sertão da Paraíba, na média e alta complexidade, já que hoje somos atendidos em João Pessoa e Campina Grande. A questão da segurança, é preciso sair apenas do enfrentamento bruto das ruas. Adotar políticas de inteligência, com a utilização de tecnologia da informação, que possa usar dados, que possa desmontar as quadrilhas, que possa fragilizar o crime organizado, a partir da inteligência. Isso tudo a partir do segmento de tecnologia da informação, numa rede integrada no plano nacional, intermunicipal, e por que não dizer, internacional, para que o país e a Paraíba possam fazer uma cruzada contra a violência. E sem dúvida nenhuma, já destaquei no início, a necessidade de gerar oportunidade de trabalho. Não há outro caminho. O crime cresce quando aumenta o desemprego, quando caem as oportunidades de trabalho. Então para a gente construir um estado, que seja de bem-estar social, a micro e a pequena atividade produtiva é fundamental. Os projetos de fortalecimento desses segmentos, que são geradores de empregos e de trabalho. Essas são linhas gerais para o próximo mandato.
Edição: Heloisa de Sousa