Estamos finalizando a rodada de entrevistas com candidatas(os) à Câmara Federal. O Brasil de Fato Paraíba realizou entrevistas com candidatas(os) da esquerda ao legislativo federal. As(os) entrevistadas(os) são as candidaturas mais expressivas dos seguintes partidos: Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Socialista Brasileiro (PSB) e Partido Comunista do Brasil (PCdoB), todos integrantes da Frente Brasil Popular na Paraíba. Foram entrevistas(os) Gregória Benário (PcdoB), Frei Anastácio (PT), Sandra Marrocos (PSB) e, agora, Marcos Henriques (PT).
Marcos Henriques é vereador em João Pessoa, bancário e sindicalista da categoria. Bastante atuante, exerce fidelidade partidária e à classe trabalhadora em geral. Conheça agora sua candidatura e as pautas que defende.
1. Para você o que está em jogo nessas eleições?
O que está em jogo nessas eleições são dois projetos de país. Um primeiro projeto que está em curso depois de um golpe parlamentar, judiciário e midiático que tivemos, esse projeto foi implementado no Brasil, um projeto que apenas tem políticas para aqueles que estão no andar de cima. Para especulação financeira, para os grandes empresários e aquelas pessoas que querem vender o nosso país. Quando digo o andar de cima, o grande capital está inserido neste contexto porque, na verdade, o que a gente vê é uma tentativa, em alguns casos já implementado, de venda do nosso país, como no caso dos bancos públicos, as nossas riquezas naturais e minerais.
O Brasil é um pais extremamente rico de suas riquezas naturais e minerais, 20% da água do mundo se concentra no Brasil. Isso 'tá' em jogo, e no Governo do PT, tal qual Lula e Dilma, essa política privatista estava contida e o grande capital teve uma ingerência direta na mudança de governo para que eles possam atentar contra a nossa soberania nacional.
Outro ponto importante foi a venda dos direitos da classe trabalhadora. O capital tomou de assalto nosso país e atentou contra o direitos dos trabalhadores com essa reforma trabalhista que esta sendo executada e o nível de emprego tem diminuído drasticamente. Então esse projeto não queremos. O que está em disputa este ano é um projeto que está estigmatizado na pessoa de Bolsonaro e de Alckmin e dos demais candidatos. Eu tiraria desse contexto Guilherme Boulos e Ciro Gomes que estão com outro projeto, o qual inclui Fernando Haddad, que é um projeto progressista, de inclusão social.
O que está em jogo é a possibilidade de ter de volta um país que tenha políticas sociais que possam fazer com que o povo volte a fazer as suas refeições, por conta dessa política atual, neoliberal, não estão fazendo mais. A pobreza tem aumentado. As políticas sociais têm diminuído. A MP 95 impede qualquer tipo de investimento em educação. Então o que está em jogo neste momento é isso. Uma política de inclusão social que havia no passado e que agora foi substituído por uma política que beneficia apenas os que estão no andar de cima, e que estão sugando o sangue dos trabalhadores e do nosso país.
2- Por que você é candidato?
Eu podia muito bem estar na minha zona de conforto: tenho um mandato até dezembro de 2020. No entanto, a responsabilidade que temos com o país nos leva a colocar essa candidatura. Logicamente que, ao avaliarmos os atuais deputados federais, nos motiva muito mais porque, quase a totalidade deles, com raríssimas exceções, votaram e contribuíram com o impeachment, contribuíram com esse golpe. Votaram toda a pauta neoliberal, uma pauta que não foi eleita em 2014. Contribuíram para a perda de direitos da classe trabalhadora e, sobretudo, contribuíram para o desemprego do nosso povo.
Então o que me motiva é apresentar uma candidatura que representa a classe trabalhadora e os desejos e anseios daqueles que mais precisam, das minorias. No caso, esses deputados que estão aí, espero que a sociedade possa identificá-los. Eles votaram contra o povo, e é justamente isso, do quadro de quase 90% do Congresso Nacional que representa a classe empresarial, latifundiários, grandes empresários. Não que eu seja contra os empresários. Acho que os empresários são importantes, é quem nos dá emprego. No entanto, a participação nos lucros precisa ser distribuída, também, com os trabalhadores. E os empregadores precisam vender, só que eles não percebem isso. As grandes empresas, no afã de reduzir os direitos trabalhistas estão deixando de colocar na engrenagem econômica algo que Lula já classificava como primordial, que são os pobres. Se você tirar os pobres da engrenagem macroeconômica, a conta não fecha. Porque quem consome não são aqueles milhões e milhões que os grandes empresários e banqueiros ganham. Esse dinheiro vai pra Suíça, vai pra outros países, vai pra especulação financeira. O dinheiro que faz gerar economia e o aumento do salário minimo, é o ganho real da classe trabalhadora. Isto, Lula sem ser economista, já percebia: que o nosso país teve uma época áurea de pleno emprego que foi substituída pela época atual em que temos bastante desemprego, bastante fome, e uma meia dúzia ganhando muito dinheiro.
3- Quais serão suas principais linhas de atuação?
Minha principal linha de ação será resgatar as políticas públicas, ajudar o presidente Haddad a reimplantar as políticas sociais, reimplantar o Prouni, o Fies, não deixar acabar programas importantes como o Farmácia Popular e o Mais Médicos que, aqui na Paraíba, nós temos mais de trinta PSF's sem médicos porque não tem médicos, ninguém quer. São programas sociais que estão sendo extintos. O bolsa família, que estão querendo cortar a metade. Então isso vai gerar fome e essa é a minha função no Congresso Nacional.
A minha principal linha de ação vai ser, primeiro, contribuir com o presidente Haddad, com projetos que sejam importantes para as minorias, como também revogar projetos de lei que foram aprovados e que estão sendo muito negativos para a população, como a Reforma Trabalhista que precisa ser revogada. E criar alguns projetos para melhoria, por exemplo, na Reforma Política. Hoje você tem grande grupos familiares que dominam muitos estados. Nós temos projetos dentro da Reforma Trabalhista para impedir que pessoas da mesma família possam estar criando seus currais eleitorais. A política precisa ser democratizada. Projetos que fizeram parte do governo Lula/Dilma serão renovados, para a população de baixa renda, da agricultura familiar, as pessoas que mais necessitam sejam beneficiadas com essas políticas, que nós, a partir de janeiro de 2019, estaremos implementando no nosso país.
Edição: Heloisa de Sousa