O Brasil de Fato na Paraíba entrevista o candidato do PSB ao governo do Estado da Paraíba, o engenheiro João Azevedo. É homem de confiança do atual governador Ricardo Coutinho (PSB) desde a época que o socialista era prefeito de João Pessoa. Os adversários de João Azevedo nessas eleições ao governo da Paraíba são Zé Maranhão (MDB) e Lucélio Cartaxo do PV em aliança com PSDB. Nesta entrevista, João fala sobre as gestões de Coutinho na Paraíba, eleições 2018, projetos de governo e seu apoio a Haddad (PT).
BDF: Qual o diferencial das gestões do Governador Ricardo Coutinho em relação às gestões anteriores?
Na verdade, aquilo que mais marcou essa gestão foi exatamente a adoção do modelo revolucionário em termos de participação democrática. O governo ouviu, nesses últimos anos, 270 mil pessoas, através do orçamento democrático estadual; nós fortalecemos demais o governo. O governo teve capacidade de dar respostas muito rápidas e foi ao encontro dos anseios da população. E como a resposta era dada muito rápida, talvez tenha sido o grande diferencial, além, claro, da implementação de políticas públicas que se destacaram nacionalmente. Outro elemento foi a preocupação do Estado com infraestrutura, o que o tornou competitivo para atrair empresas. Então, a participação popular, somada com a preparação do estado em relação à infraestrutura e à implantação de políticas públicas inovadoras, foram os três eixos que mais se destacaram.
BDF: Porque o senhor aceitou ser candidato a governador?
Por ter exatamente desde 2005 construído com Ricardo esse modelo. Nós chegamos numa prefeitura que, na primeira semana, não tinha água mineral para beber, porque os fornecedores não acreditavam sequer que o poder público fosse pagar a água. Nós conseguimos resgatar a capacidade de investimento com recursos próprios da prefeitura. Aconteceu a mesma coisa com o estado. Então, ter construído esse modelo junto com Ricardo, modelo de gestão fiscal responsável, e fazer com que o Estado resgatasse/recuperasse a capacidade de investimento, é motivo de muito orgulho; isso honra qualquer cidadão. Segundo, pelo fato de conhecer muito bem a Paraíba. Exerci funções de muita responsabilidade dentro do governo. Fui secretário de infraestrutura e recursos hídricos, meio ambiente e ciência e tecnologia, uma pasta muito grande que tocou todas as obras do estado. E isso, claro, me preparou não para ser governador. Eu me preparei enquanto gestor, enquanto executivo e estou à disposição para poder desempenhar o meu papel da melhor maneira possível.
BDF: Caso seja eleito, quais serão suas ações políticas prioritárias?
Desenvolver uma infraestrutura que permita que o estado atraia investimentos para gerar riqueza e emprego, renda para sua população. O problema de logística de transporte está equacionado nesse estado, nós não temos mais uma cidade sequer que tenha estrada de barro. Nós temos a questão da segurança hídrica para avançar, porque é um estado que vive no semiárido e que precisa ter uma visão e uma atenção especial; a questão da matriz energética está equacionada, porque nós, a partir da construção de uma grande linha de transmissão, que vai sair de Milagres, passando em Cajazeiras, Santa Luzia, Campina Grande até João Pessoa, vamos resolver esta questão. Estamos trabalhando em uma infovia, ligando as 54 maiores cidades do Estado. Já interligamos João Pessoa com Campina Grande, mas queremos levar isso para todo o Estado. Isso vai permitir o desenvolvimento regional. Se você tem água resolvida, estrada resolvida, se você tem energia resolvida, se você tem dados e comunicação de alta qualidade resolvidos, e aproveitamento do parque enorme de universidades que a gente tem espalhadas, mais de 40 instituições, a gente vai promover desenvolvimento regional e transformar o estado num estado diferente. É essa a lógica do nosso desenvolvimento.
BDF: A sua candidatura declarou apoio a Lula e recebeu também o apoio do ex-presidente. Na vinda de Haddad à Paraíba, o senhor afirmou que, caso ele fosse o candidato, seguiria com o apoio. Qual a importância da candidatura Haddad e Manu para a Paraíba?
A candidatura de Haddad/Manu é a volta, a esse país, da esperança que o povo tinha, pois durante um longo período se implantou tantas políticas públicas e bastaram 2 anos e meio para desmanchar. A candidatura de Haddad/Manu vai resgatar para o Brasil a esperança. Dar sonho ao povo. Saber que é possível, sim, progredir. Um país que tinha saído do mapa da fome, voltou ao mapa da fome. Essa é a grande questão: as políticas implementadas foram bloqueadas. Basta ver o absurdo dessa lei de limites de gastos que foi aprovada. Imagina o que é você pegar a saúde e dizer que o investimento do ano só pode ser o do ano anterior mais a correção. Significa dizer que você não pode abrir mais nunca um novo hospital. O Brasil de hoje está sendo excludente, totalmente excludente. O que nós entendemos para gestão da Paraíba é o projeto que o Haddad defende para o Brasil.
Edição: Heloisa de Sousa