As eleições de 2018 são uma batalha decisiva na luta contra o golpismo. O pleito, todavia, se dá sob forte assédio do poder judiciário que, novamente, ignorou a Constituição e os tratados internacionais junto à ONU, impedindo arbitrariamente a candidatura de Lula, franco favorito.
Isso revela o quanto a atual eleição presidencial está absolutamente fora da normalidade democrática. A intenção é clara: impedir o retorno de um projeto de país inclusivo, simbolizado por Lula. Mesmo assim, mostrando imensa grandeza humana, o ex-presidente anunciou seu substituto na chapa: Fernando Haddad (PT), tendo como vice Manuela D’Ávila (PCdoB).
Antes mesmo da substituição, no entanto, o ativismo partidário de setores do Ministério Público entraram em ação, fazendo-o réu a partir de denúncias anônimas sem provas. O objetivo é nítido: impedir que, se eleito, Haddad não possa tomar posse e, se tomar, mantê-lo acuado permanentemente. Nesse sentido, é alarmante a ingerência cada vez maior do alto comando militar na vida política do país, tutelando as cortes supremas e pondo em dúvida a legitimidade de um candidato eleito se este, obviamente, vier do campo progressista.
As forças conservadoras e reacionárias esperam criar as condições para desestabilizar um eventual governo popular e, de novo, através de fraudes jurídicas ou pela força, golpear a democracia. Por isso não podemos cometer os erros de 2014, quando Dilma Rousseff foi eleita junto com o parlamento mais conservador em 30 anos, liderado por Eduardo Cunha e sua quadrilha do PMDB, PSDB e parceiros, que lançou o país na atual crise política por meio de impeachment fraudulento.
Na Paraíba, é central elegermos uma bancada progressista forte para dar sustentação política a Fernando Haddad, permitindo-o reverter os retrocessos do governo Temer. Assim, além de substituirmos o atual deputado federal Luiz Couto, único entre os 12 a votar contra todas as medidas de Temer e agora candidato ao Senado, é preciso ampliar os representantes dos trabalhadores na Câmara Federal. Para isso, há nomes expressivos, como Frei Anastácio e Marcos Henriques, do PT, e Gregória Benário (PCdoB) e Sandra Marrocos (PSB).
O governo Haddad também precisará do apoio dos governadores do Nordeste, aspecto decisivo na resistência democrática. Mais um motivo para dar continuidade ao projeto político encabeçado por Ricardo Coutinho, elegendo seu sucessor, João Azevedo (PSB). Este, por sua vez, precisará da colaboração da Assembleia Legislativa para fazer avançar as pautas progressistas na Paraíba. Não podemos descuidar de eleger candidatos a deputado estadual coerentes com tal proposta, entre eles, Estela Bezerra, Cida Ramos e Jeová Campos, do PSB, e Anísio Maia (PT).
Combinar luta de massas e institucional: eis o caminho da vitória.
Edição: Paula Adissi