A disposição à luta do povo brasileiro é o que decidirá o futuro do país. Essa foi uma das ponderações do linguista, filósofo e pensador socialista Noam Chomsky após visita a Luiz Inácio Lula da Silva na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, onde o ex-presidente está detido há 166 dias.
Durante coletiva de imprensa, Chomsky reafirmou o papel de protagonismo que as pessoas comuns e os movimentos populares devem desempenhar para que o Brasil supere o atual cenário de crise e perda de direitos. “Com a ajuda de pessoas como vocês, ele [Lula] pode ocupar a posição que ele deve ocupar e superar os terríveis problemas que o Brasil está enfrentando”.
Para o professor emérito do Instituto de Tecnologia de Massachussetts, há dois caminhos visíveis para o futuro do país: "entrar num declínio permanente ou se transformar no ‘colosso do sul’, como foi anunciado há um século, e que começou a se tornar possível durante a liderança de Lula”.
Chomsky, aos 89 anos de idade, disse ser "encorajador" encontrar Lula, pois o ex-presidente é uma fonte de energia que, mesmo mantido preso injustamente, continua otimista e fazendo planos para o futuro.
“Não é todo dia que se encontra uma das figuras mais significativas do século 21 e a pessoa que por direito deveria ser o próximo presidente do Brasil. Nós ficamos felizes em ver que ele continua otimista, com energia e muitos planos”, afirmou o ativista estadunidense.
Mídia livre
Crítico contumaz do sistema capitalista e da concentração midiática, Chomsky disse também que uma das pautas de sua conversa com Lula foi a importância de uma mídia livre dos interesses das classes dominantes.
Ele lembrou os ataques midiáticos sofridos durante os governos Lula, que ajudaram a confundir a opinião pública, e destacou que “a mídia livre pode ser a força que vai sobrepor esse poder destrutivo" que está em exercício no Brasil hoje.
Recados para a militância
Acompanhando o professor estadunidense, o ex-ministro da Educação e senador Aloizio Mercadante (PT) ficou encarregado de repassar recados de Lula para a militância.
Mercadante contou que o ex-presidente está entusiasmado com o crescimento de Fernando Haddad nas pesquisas eleitorais, mas que a população não deve se pautar apenas por esses números. Ele afirmou que é preciso que a militância “vá amassar barro na rua e trabalhe, porque o futuro do Brasil depende dos próximos 17 dias de campanha”.
Após a coletiva de imprensa, Mercadante e Chomsky visitaram a Vigília Lula Livre, onde o ativista reafirmou que a escolha que os brasileiros farão nas urnas no próximo mês definirá o futuro do país.
Chomsky concluiu sua visita à vigília com um recado em português: “Lula livre”.
Edição: Diego Sartorato