O fim de expediente dos trabalhadores e moradores que transitam pelo centro de João Pessoa foi diferente no fim da tarde de ontem, 6 de setembro. Com a antecipação do Grito das excluídas (os), tradicionalmente realizado no sete de setembro, para as véspera do feriado, o contato e a aceitação das pautas do movimento, em especial a que pedia a liberdade do ex-presidente Lula e o direito das pessoas votarem nele nesse pleito. “Uma adesão praticamente cem por cento. Eu acho que o povo está cansado de fato de ser enganado”, avaliou Dora Delfin, uma das organizadores do Grito.
O encontro de gerações também marcou a manifestação. A cantoria e o batuque da juventude e as palavras de ordem dos militantes mais velhos se misturavam na cantoria que durou todo o percurso. Patrícia Renata, da juventude do MST, contou sobre a importância desse momento. “A gente quer ser representada, estamos cansados de ser tão reprimidos, tão excluídos Estamos na luta porque queremos nossos direitos de volta”.
De forma criativa os integrantes de movimentos sociais criticaram a situação que passa hoje o país: “o golpe jogou o país na lama, “o Temer jogou o país na lama”, “o STF jogou o país na lama”, “a Globo jogou o país na lama”, diziam os cartazes que iam à frente da caminhada do Grito pelo centro da cidade. A manifestação que acontece todos os anos em setembro é tradição na agenda das organizações populares da cidade.
A passeata saiu da CBTU, passou pelo comércio no centro da cidade até chegar ao ponto de Cem Réis. Lá foi feita uma ciranda, puxada pelo artista paraibano, Escurinho, e falas que se seguiram foram em defesa da liberdade do ex-presidente Lula, pelo direito dele ser candidato e do povo poder votar em na candidatura de sua preferência, além de falas sobre a crise institucional que se encontra o país.
“Esse ano agente teve grandes limites. Pela situação que o Brasil está passando, quando a gente se encontrou esses últimos dias para pensar o grito a gente dizia assim ‘a gente vai fazer, sabe que não vai ter recurso, vai com a força e a coragem’, explica Dora.
Mesmo com as dificuldades a militante avalia positivamente. “Minha avaliação, é que esse ano ele foi de uma energia. A gente saiu sem um centavo, cada organização que estava contribuiu um pouco, a gente saiu com o que a gente tem, com os nossos argumentos, com o que a gente acredita. A meu ver foi muita energia”.
Edição: Paula Adissi