Um estudo divulgado nesta terça-feira (10) pelo Observatório da Violência da Universidade Nacional Autônoma de Honduras aponta que 90% dos casos de feminicídio que ocorreram no país nos últimos 15 anos ficaram impunes.
Segundo os dados colhidos pela universidade, 27% das mulheres afirmaram ter sofrido violência doméstica pelo menos uma vez e nove em cada dez foram vítimas de abuso sexual.
Ao menos 127 mulheres foram assassinadas no primeiro semestre de 2018. Em 2017, o país registrou 380 casos de feminicídio. Ao todo, 5.600 mulheres foram assassinadas nos últimos 15 anos em Honduras. O país possui, segundo o levantamento, a média de um assassinato a cada 18 horas.
“A crítica situação que as mulheres enfrentam diariamente pode ser evitado por meio de uma resposta coordenada, rápida, integral e contundente por parte das instâncias estatais, sensibilização e ações oportunas de toda a sociedade”, afirmou o Alto Comissariado das Nações Unidas Para os Direitos Humanos (Acnudh), por meio de um comunicado.
Segundo a representante da organização, Soledad Pazo, o governo hondurenho pode ser submetido a sanções caso não adote ações imediatas para conter a violência contra as mulheres.
O grupo mais vulnerável, segundo o estudo, possui entre 15 a 39 anos. A maior parte dos assassinatos registrados é ocasionado por violência doméstica. Além disso, as mulheres são as mais afetadas pelo crime organizado e pelo narcotráfico, que atualmente são dois grandes problemas que Honduras enfrenta.
Edição: Opera Mundi