O deputado Diosdado Cabello, um dos principais líderes políticos do chavismo, foi eleito presidente da Assembleia Nacional Constituinte (ANC) venezuelana por unanimidade. Ex-militar, homem leal ao ex-presidente Hugo Chávez, Cabello esteve ao seu lado em todos os momentos históricos da Revolução Bolivariana.
Ele foi um dos militares que, junto com Chávez, promoveram um levante contra o governo ditatorial de Carlos Andrés Pérez, em 4 de fevereiro de 1992. Também esteve na resistência contra o golpe de Estado de 2002, que tentou destituir o líder bolivariano com apoio dos EUA.
Querido pelos chavistas e odiado pelos opositores, o deputado constituinte classificou sua eleição para o órgão máximo do Estado venezuelano como “um novo começo, uma nova etapa” da Assembleia Nacional Constituinte que, em agosto, completa um ano desde que foi eleita.
Diosdado é o sucessor de Delcy Rodríguez, que na última semana foi nomeada vice-presidenta da República pelo presidente Nicolás Maduro. Na Venezuela, o cargo de vice-presidente é indicado pelo Poder Executivo, conforme estabelecido pela Constituição. Delcy continuará liderando o processo de diálogo e reconciliação entre governo e oposição que foi iniciado na ANC e e que, agora, está a cargo da vice-presidência.
Reforma ministerial
Além nomeação da vice-presidenta, Nicolás Maduro realizou uma reforma ministerial na última quinta-feira (14). Outra nomeação de peso foi a de Tarek Al Aissami, antigo vice-presidente, para o Ministério da Indústria e Produção Nacional. A pasta recém-criada concentrará todos os projetos econômicos para a recuperação do país.
Assim como Delcy Rodríguez, o deputado constituinte Eduardo Piñate licenciou-se da ANC para assumir o Ministério do Processo Social do Trabalho, que seria o equivalente ao Ministério do Trabalho no Brasil. Segundo Maduro, a nomeação dos dois parlamentares constituintes tem como objetivo levar para o governo o “espírito renovador, transformador e revolucionário da ANC”.
No Ministério da Mulher, saiu Blanca Eekhout, quadro histórico do chavismo, para a entrada da ex-governadora do estado de Aragua, Caryl Bertho, até então desconhecida no cenário político nacional.
Outros oito ministérios sofreram alterações. Para o Comércio Exterior e Investimento Internacional foi nomeada a ex-presidenta do Banco Agrícola Yomana Koteich; no Ministério da Pesca, Dante Rivas; Obras Públicas, Marleny Contreras, que antes era ministra de Turismo; na Agricultura Urbana, Mayerlin Arias, que era coordenadora do programa de alfabetização Misión Robert Serra; no Turismo, entrou Stella Lugo; para o Ecoturismo, Henryck Rangel; Transporte, Hipólito Abreu; e no Ministério do Abastecimento de Água, criado na última semana, assumiu Evelyn Vásquez.
No total, foram 12 nomeações, entre elas, sete são de ministras mulheres. A maior parte dos novos ministros é desconhecida da vida política nacional, alguns são quadros técnicos e jovens. Com a criação de duas novas pastas, a Venezuela passa a ter 33 ministérios. Os outros 21 cargos foram mantidos. O novo gabinete, que será responsável pela gestão do governo do presidente Nicolás Maduro, reeleito no dia 20 de maio para um mandato de seis anos, terá como principal tarefa a recuperação econômica do país e a reconciliação nacional.
"Dei tarefas específicas à nova vice-presidenta. A primeira delas é a reconciliação e a paz nacional. A todos os atores sociais, políticos e econômicos quero dizer que aqui tem uma vice-presidenta para o diálogo, para a reconciliação, para o entendimento e a paz", disse o presidente Maduro durante a posse dos ministros.
Edição: Vivian Neves Fernandes