A Assembleia Nacional Constituinte (ANC) e o Ministério Público venezuelano concederam benefícios jurídicos e liberaram 39 civis e um general retirado nessa sexta-feira (1). Os presos opositores foram acusados de promover e participar de atos políticos violentos, nos anos de 2014 e 2016. Entre os libertados, está o político Daniel Ceballos Morales, do partido Voluntad Popular, ex-prefeito do município de San Cristóbal, no estado de Táchira (fronteira com a Colômbia). Também foi anistiado o general do exército Angel Vivas, preso em 2017 durante os protestos violentos da oposição.
“O procedimento de liberação dos presos vinculados à violência política, iniciado no interior da Comissão da Verdade da ANC, foi um pedido do presidente Nicolás Maduro. Em sua primeira linha de ação, ele abriu um diálogo profundo com vários setores da sociedade venezuelana. Esse é um gesto que representa um chamado à reconciliação entre todos os venezuelanos”, disse Delcy Rodrigues, presidenta da ANC.
No dia 24 de maio, durante o ato em que foi declarado formalmente o vencedor das eleições presidenciais, o presidente Maduro solicitou formalmente que a ANC adotara benefícios e medidas para liberar os presos reivindicados pela oposição venezuelana.
Paz e unidade
A liberação foi mediada pelos políticos opositores Javier Bertucci, ex-candidato à presidente, e Pedro Pablo Fernández, dirigente do partido Copei. Além disso, também participaram quatro governadores dos estados de Mérida, Táchira, Nueva Esparta e Anzoátegui, todos do partido de oposição Ação Democrática.
“Tenho enormes diferenças políticas com esse governo, continuo querendo mudar de governo, mas esse é um momento em que ficam suspensas todas as nossas diferenças. O mais importante aqui é a liberação dos presos e o que isso representa para suas famílias. Essa é uma questão humanitária”, destacou Pedro Pablo Fernández, dirigente do partido Copei.
O presidente Maduro emitiu um comunicado que foi lido pelo ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, durante um encontro com a imprensa. “O presidente Nicolás Maduro, no dia 24 de maio, convocou a todos os venezuelanos a uma reconciliação nacional pela paz e a unidade nacional, para juntos enfrentarmos todos os desafios que temos pela frente, visando proporcionar a maior soma de felicidade possível para todo o povo. O presidente faz votos de que esse gesto de liberação de presos nos conduza a um processo de pacificação”, informou o Ministro.
Próximos passos
De acordo com a presidenta da ANC, Delcy Rodrigues, esse é a apenas o primeiro ato. Nos próximos dias mais presos serão colocados em liberdade. “Não foi possível liberar todos juntos devido a uma questão processual”, explicou a deputada constituinte.
Durante o procedimento de libertação na Assembleia Nacional Constituinte, um grupo de manifestantes protestou, na parte de fora do edifício, localizado em frente a histórica Praça Bolívar, contra a concessão de liberdade aos opositores.
Edição: Pedro Ribeiro Nogueira