Protestos

Motociclistas e transportadores escolares protestam em São Paulo

Contra a política de preços da Petrobras, trabalhadores que dependem dos combustíveis se uniram na capital paulista

Brasil de Fato | São Paulo |
Cerca de cinco mil motociclistas percorreram importantes vias da cidade em protesto contra o preço dos combustíveis
Cerca de cinco mil motociclistas percorreram importantes vias da cidade em protesto contra o preço dos combustíveis - Foto: Leonardo Fernandes

Cerca de cinco mil motociclistas fizeram um protesto na tarde desta sexta-feira (25) em São Paulo. Eles se reuniram na zona sul da cidade, na sede do Sindicato dos Mensageiros, Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas de São Paulo (Sindimoto) por volta das 15h e seguiram em comboio até a avenida Paulista, na região central. A entidade representa cerca de 500 mil trabalhadores motociclistas em todo o Estado.

Gilberto Almeida, presidente do Sindimoto, afirma que não é de hoje que os trabalhadores motociclistas estão sentindo os efeitos da política de preços da Petrobras.

“Nos últimos 12 meses a gasolina subiu praticamente 60%. E esses aumentos que o governo vem dando na gasolina está estrangulando o nosso ganho, os nossos salários. E a gente defende que o governo crie um subsídio para os trabalhadores motociclistas, semelhante ao que fez com os trabalhadores caminhoneiros”, disse o sindicalista, que prometeu um novo protesto na próxima terça-feira (29) caso o governo não responda às reivindicações.

Tiago Gomes, de 23 anos, trabalha há pouco mais de dois anos como motoboy e diz que viu os preços aumentarem de uma maneira exorbitante nesse período. “Mensalmente, eu gasto quase dois mil reais de gasolina. Então o custo é muito alto. Fora óleo, pneu, tudo derivado de petróleo, acaba saindo muito caro”.

Entre os muitos homens presentes no protesto, uma mulher: Amanda Aguiar, de 39 anos. Há nove anos, trabalha fazendo entregas. Ela diz estar indignada com os preços, mas não só dos combustíveis.

“O preço alto da gasolina, o preço alto do gás, o preço alto do medicamento, o preço alto da alimentação, aluguel, tudo está impactando a minha renda. Porque tudo sobe, mas o meu salário não se equipara a esses valores tão altos”.

Transportes escolares

Na Avenida Paulista, onde fica a sede da Petrobras, o comboio de motos se encontrou com outro, de vans escolares, que também realizava um protesto contra a política de preços da estatal e pela redução do valor dos combustíveis.

Robson Amaral trabalha com a esposa há cinco anos no transporte escolar. Ele celebra a unidade de motociclistas e motoristas de vans e diz que é preciso uma política que chegue até o trabalhador que depende essencialmente do combustível.

"É a mesma coisa. Tanto eles como nós. O aumento não foi só no diesel, foi nas bombas. Não adianta falar que na refinaria vai abaixar 5%, 10%. Tem que baixar é na bomba", afirma.

Os manifestantes também se solidarizaram com os caminhoneiros que bloqueiam centenas de estradas das cinco regiões do país desde a última segunda-feira (21).

O protesto já provoca um forte desabastecimento de alimentos, medicamentos e combustíveis. Nesta sexta-feira, o prefeito da capital paulista decretou situação de emergência na cidade devido à crise.

Edição: Diego Sartorato