Assim como em diversas capitais do país, milhares de pessoas se reuniram no Rio de Janeiro em um grande ato contra a prisão do ex-presidente Lula nesta sexta-feira (6). A manifestação teve início na Candelária, no centro da cidade, e seguiu em caminhada até a Cinelândia, onde os manifestantes ocuparam escadarias da Câmara Municipal e do Theatro Municipal. De acordo com estimativas da Frente Brasil Popular, cerca de 30 mil pessoas participaram do ato.
Durante a manifestação, diversos militantes de diferentes movimentos da juventude fizeram um protesto em frente ao prédio da Justiça Federal, na Avenida Rio Branco, no centro do Rio. A fachada do prédio e a placa que nomeia a sede do poder judiciário foram pichadas com frases: “Eleição sem Lula é fraude” e “Lula livre”. Alguns cartazes com a foto do ex-presidente também foram colados na parte da frente do prédio.
Além dos militantes de diversos movimentos populares, a mobilização contou também com a presença massiva de trabalhadores. O metalúrgico Ubiratan Magalhães dos Santos, de 60 anos, foi um deles. Para Ubiratan participar da manifestação é importante para mostrar que a prisão de Lula é um ataque aos mais pobres.
“A direita, do lado dos grandes, quer o pobre cada vez mais pobre. Estou aqui pela igualdade de todos. O preto, o branco, todo mundo tem que ter o mesmo direito. Estão fazendo isso com o Lula porque ele é candidato, o candidato do povo. O mundo todo está sabendo que é uma covardia o que estão fazendo com o Lula”, afirmou.
A estudante Nathalia Balbino, de 22 anos, concorda com a avaliação de Ubiratan. Para ela, Lula está sendo preso por ter enfrentado a desigualdade social no país.
“Minha vida mudou completamente nos anos do governo PT. Meu pai, deficiente, conseguiu fazer uma cirurgia super difícil pelo SUS. Eu me formo agora em agosto na PUC Rio, sendo filha de empregada doméstica da periferia. E eu sou só uma entre milhões de pessoas que tiveram suas vidas transformadas. Hoje o presidente Lula está sendo preso em tempo recorde com provas ilegais, ferindo gravemente a democracia e constituição. Ele está sendo preso por mexer com as estruturas conservadoras do nosso país”, acrescentou.
A assistente social aposentada Cristina Valetim, de 64 anos, também acredita que a prisão de Lula se relaciona com o crescimento dele nas pesquisas eleitorais e a possibilidade de se tornar novamente presidente do Brasil.
“Lula é resultado de uma trajetória de luta, superação, foi o que trouxe as bandeiras da esquerda, o povo excluído para ter uma vida mais digna. Essas conquistas não podem ser desprezadas. A gente tem que estar aqui se solidarizando com Lula, com essa humilhação que querem impor e essa desmoralização às lutas sociais, é maior do que Lula, querem desacreditar a luta da população por tempos melhores”, concluiu.
Edição: Raquel Júnia