Do norte ao sul do Brasil muitas assembleias e atos estão marcados para o dia 19 de fevereiro por conta da possível votação da reforma da Previdência.
Independentemente do dia em que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) colocar a proposta em votação, a paralisação em massa vai ocorrer na próxima segunda-feira.
Após 15 meses de discussões e pelo menos 10 adiamentos, o prazo-limite imposto pelo governo para aprovar a reforma é fevereiro. O projeto parecia ter apoio sólido, mas em ano eleitoral e depois de enfrentar duas denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal, dificilmente os 308 votos serão alcançados.
As manifestações do dia 19 devem cumprir papel determinante, pois visam pressionar os deputados na hora da votação.
Em São Paulo, diversas categorias vão cruzar os braços na capital, litoral e interior. Entre elas os motoristas de ônibus, metroviários, bancários e professores das redes municipais e estaduais. Além disso, um grande ato está marcado para às 16h na Avenida Paulista. Há ato marcado também na cidade de Santos.
No Rio de Janeiro, a ação está marcada para a manhã no aeroporto Santos Dumont, no embarque dos deputados; e, às 16h, tem ato na Candelária.
Na Bahia, já tem confirmação de paralisação de petroleiros, químicos, rodoviários, professores, bancários, servidores e metalúrgicos, entre outras categorias.
Em Sergipe, foi realizada uma assembleia geral unificada e os servidores públicos aprovaram por unanimidade a participação na greve geral.
No Distrito Federal, as ações acontecerão durante todo o dia, culminando numa atividade conjunta entre os sindicatos e os movimentos populares no final da tarde, a partir das 17h, no Museu da República, em Brasília.
Em Santa Catarina, municípios de todo o estado se unirão à luta contra a reforma da Previdência. Os sindicatos dos professores estão orientando também seus trabalhadores a pararem no dia 19.
Em Porto Alegre, a mobilização começará às 5h com concentração no Monumento ao Laçador, seguida de caminhada até o saguão de embarque do Aeroporto Internacional Salgado Filho.
O projeto da reforma da Previdência, como foi apresentado, demandaria do trabalhador o mínimo de 25 anos de contribuição para acessar a aposentadoria por idade. A aposentadoria por tempo de contribuição, ao seu turno, demandaria 40 anos de contribuição, além da idade mínima de 65 anos para ambos os sexos. Na prática, muitos trabalhadores efetivamente contribuirão por um longo período sem que tenham qualquer retorno quando tiverem a sua capacidade de trabalho reduzida por conta da idade.
Edição: Mauro Ramos