O sentimento nesta semana entre a população brasileira é de indignação com o sistema político e com o poder Judiciário. Na terça (17), o país assistiu à votação do Senado que derrubou a decisão do Supremo Tribunal Federal de afastar Aécio Neves (PSDB) do cargo.
No dia 18 (quarta), foi a vez da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovar como inadmissível a segunda denúncia contra o presidente golpista Temer (PMDB), que é acusado pela Procuradoria Geral da República de obstrução de Justiça e formação de organização criminosa. A denúncia vai a votação no plenário do Congresso na semana que vem.
É preciso análises serenas e o devido processo legal deve ser respeitado. Porém, são episódios que deixam evidente que o Congresso é seletivo, corporativo e corrupto. Apenas para salvar o senador tucano das medidas impostas pelo STF, o governo teria desembolsado R$ 200 milhões em emendas para os deputados. Isso porque Temer também espera ser salvo na votação no plenário da Câmara.
Com isso, a tensão na sociedade brasileira fica cada vez mais forte. Os sistemas político e jurídico (também marcado pela seletividade e interesses políticos) apodrecem a olhos vistos. É urgente então a defesa da democracia, eleições diretas e a convocatória de uma Assembleia Constituinte que refaça a participação popular e gere um novo pacto para a sociedade.
Edição: Pedro Carrano