Solidariedade

Ato em defesa de Lula nesta quarta terá críticas à Lava Jato e atividades culturais

Manifestações ocorrem no dia em que o ex-presidente prestará o segundo depoimento ao juiz Sérgio Moro

Brasil de Fato | Curitiba |
Lula reuniu cerca de 30 mil no centro de Curitiba após prestar depoimento no dia 10 de maio
Lula reuniu cerca de 30 mil no centro de Curitiba após prestar depoimento no dia 10 de maio - Ricardo Stuckert

A segunda visita do ex-presidente Lula (PT) a Curitiba, para prestar depoimento como réu na operação Lava Jato, será acompanhada de um ato político. A Segunda Jornada de Lutas pela Democracia foi convocada pela Frente Brasil Popular nesta quarta-feira, dia 13, a partir das 15 horas, na Praça Generoso Marques, centro de Curitiba. No início da noite, o ex-presidente deve se pronunciar e agradecer a solidariedade e a defesa dos seus direitos políticos

Enquanto Lula depõe ao juiz de primeira instância Sérgio Moro, no prédio da Justiça Federal, apoiadores do ex-presidente vão promover atividades culturais e uma aula pública sobre a operação Lava Jato. O jurista responsável pela aula será o ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão, que participou recentemente do chamado “Tribunal Popular da Lava Jato” em Curitiba.

Aragão é crítico à forma como a operação tem sido conduzida, com base em exposição midiática, prisões preventivas e ataques ao amplo direito de defesa.

Os movimentos sociais articulados na Frente Brasil Popular concordam com esse ponto de vista crítico. Para Gustavo Erwin Kuss, a Jornada de Lutas pela Democracia é o momento para um balanço aprofundado das consequências da Lava Jato.

“A Lava Jato rasgou direitos e garantias individuais, além de destruir setores estratégicos para a economia. Foi parte do golpe [de Estado que retirou Dilma Rousseff da presidência] e é preciso que o povo saiba disso. A Jornada de Lutas é um bom momento pra falar disso com a população de Curitiba”, analisa.

Também na tarde desta quarta-feira, será lançado o livro “Comentários a uma sentença anunciada: o processo Lula”, pela editora Práxis e Instituto Declatra. O livro reúne artigos de juristas brasileiros que criticam as bases da sentença do juiz Sérgio Moro no “caso triplex”. Segundo eles, o ex-presidente foi condenado em primeira instância sem as devidas provas.

Crise econômica e alternativas

Além do aspecto cultural e da reflexão sobre o Judiciário, a Segunda Jornada de Lutas pela Democracia conta com a participação de João Pedro Stédile, do MST e da Frente Brasil Popular, para falar do chamado “Plano Popular de Emergência”.

Na avaliação de Daiane Machado, integrante da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o plano é a possibilidade de cada setor da população discutir suas pautas de forma mais ampla. “A produção e distribuição de energia elétrica se transformou em lucratividade para o capital internacional. Discutir um plano popular para o país é discutir também um projeto energético popular e assim garantir a soberania nacional”, afirma.

O plano construído pelos movimentos sociais e inclui medidas para combater o atual desemprego e falta de investimentos no país.

Confira a programação: 

14h: Previsão de início do depoimento da ex-presidente Lula à Justiça Federal.

15h: Início do ato cultural e político na Praça Generoso Marques, com apresentação do músico Pereira da Viola, de Minas Gerais, e de artistas curitibanos dos grupos Samba da Resistência, Del Ghetto, e o cantor Elian Woidello. 

16h30: Aula pública sobre os métodos utilizados pela Operação Lava Jato, com presença de Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça, Emir Sader, sociólogo e cientista político, e Roberto Requião, senador paranaense. 

17h30: Lançamento do livro Comentários a uma sentença anunciada: o processo Lula, publicado pelo Projeto Editorial Práxis, com apoio do Instituto Joaquín Herrera Flores e Instituto Declatra. A obra, organizada por juristas, traz argumentos técnicos relativos à primeira sentença de Sergio Moro contra o ex-presidente. Com participação de João Pedro Stédile, do MST e da Frente Brasil Popular, para falar do“Plano Popular de Emergência”. 

18h - Ato com Lula

Edição: Daniel Giovanaz