Em nossos celulares estão instalados diversos aplicativos, e todos eles usam estratégias muito elaboradas, com base na psicologia, para não só obter nossa atenção, como manter-nos imersos dentro daquele universo.
Imagine a seguinte situação:
Você está concentrado fazendo alguma tarefa e de repente seu celular vibra e exibe uma notificação de que você foi marcado em uma foto.
É óbvio que a grande maioria de nós não vai conseguir deixar para ver depois, pois é preciso conferir se a foto é legal ou não, certo?
Ao clicar na notificação para ver a foto, como em um passe de mágica, lá se foram 20, 30 minutos e você continua "preso" naquele aplicativo, acessando coisas que na maioria das vezes nem são tão interessantes assim.
E essa é apenas uma entre tantas notificações da eterna disputa dos aplicativos por um pouco do seu tempo.
É assim que esses sistemas ganham dinheiro: mantendo nossa atenção para exibir propagandas e conquistar nossos cliques enquanto geram a sensação de que, a qualquer momento, algo incrível pode aparecer diante de nossos olhos. Quanto mais tempo estivermos ali, mais dinheiro ganham.
Por isso, é preciso estar consciente na hora de mergulhar na internet.
Um passo interessante para começar a ter um pouco de controle dessa situação é entrar em cada um desses aplicativos no celular e desabilitar todas as notificações.
Facebook, Instagram, e-mail, grupos do WhatsApp, todos eles configurados para não mais nos interromper.
Assim, você é quem vai decidir quando e como vai acessar conteúdos.
Infelizmente essa é uma guerra injusta e pouco podemos fazer a não ser sair do "automático" e ter consciência de nossas ações, já que do outro lado estão empresas que investem muito dinheiro para encontrar formas de nos convencer a fazer o que querem.
Talvez a solução não seja abandonar a tecnologia e sim encontrar um equilíbrio entre o online e o offline e, a partir disso, demandar melhores serviços.
Por fim, tenha em mente que, as empresas que desenvolvem aplicativos e sistemas não vão nem ao menos cogitar mudar sua forma de funcionar sem que nós, usuários, mudemos nossos hábitos.
Assim, quem sabe no futuro possamos ter aplicações que sejam centradas no fator humano ao invés de parecerem máquinas de caça-níqueis onde nossa atenção é a moeda que faz o jogo acontecer.
Edição: Anelize Moreira