Alterada em 22/08/2017, para acréscimo de informação
O sexo seguro entre mulheres lésbicas é pouco pautado na sociedade. “A maioria das mulheres lésbicas não pensa muito sobre isso, porque tem esse estigma de que não se transmite doenças no sexo lésbico”, comenta Jenifer Santine, integrante do Coletivo Luana Barbosa, que homenageia a mulher lésbica brutalmente assassinada, em abril do ano passado, por policiais militares.
O grupo promoveu um debate, nesta sexta-feira (18), com mulheres lésbicas e bissexuais, no Centro de Testagem e Aconselhamento Henfil (CTA), em São Paulo.
Santine, que também participa da Roda de Samba Negras em Marcha, conta que é difícil discutir a questão da saúde da mulher lésbica e bissexual até no meio LGBT, por conta do "estigma social" relacionado ao assunto.
O HIV, por exemplo, é muito raramente transmitido no sexo entre mulheres — em 2014 o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos registrou um caso — e possui baixa taxa de transmissão entre as bissexuais, mas isso não quer dizer que outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), também não sejam transmitidas, como é o caso das candidíases, vaginoses, sífilis, gonorréias, por exemplo.
Santini destaca também a falta de políticas públicas para esse grupo. "O ministério da saúde tem um estudo sobre isso de 2014, então aconteceu um encontro de atenção integral a saúde das mulheres lésbicas e bissexuais. Foi em 2014 e até hoje a gente não vê o resultado real disso acontecendo".
O debate faz parte da programação do mês da visibilidade lésbica, que conta com atividades em diversas cidades brasileiras.
Edição: Vanessa Martina Silva