A maioria dos casos de tráfico de pessoas registrados no Rio de Janeiro está relacionada ao trabalho escravo. Segundo a assessora de Políticas Públicas da Secretaria Estadual de Direitos Humanos, Sávia Cordeiro, são nordestinos, em sua maioria do Maranhão, que vêm para o Rio de Janeiro para trabalhar na construção civil.
Já em nível internacional, a maioria dos casos, segundo a assessora, são de chineses, que entram no país com visto de turista e acabam ficando, sendo explorados no trabalho escravo.
“Ano passado, atendemos 86 vítimas. Nos últimos três anos, o número consolidado é de 197 vítimas. Sendo que a maioria é vítima de trabalho escravo”, contou Cordeiro.
Segundo a assessora da Secretaria Estadual, ainda há muita sub-notificação dos casos de tráfico humano no Rio de Janeiro. “Quanto, especificamente, à questão de tráfico para trabalho de escravo, a gente depende da fiscalização dos auditores e fiscais do trabalho e do Ministério Público do Trabalho. O problema é que não há concurso para auditores-fiscais há muito tempo. E isso dificulta na quantidade de pessoas disponíveis para coibir o trabalho escravo.”
Nesta segunda-feira (24), a Secretaria Estadual de Direitos Humanos deu início à Campanha Coração Azul, mobilização internacional contra o Tráfico Humano. No Terminal do BRT Alvorada, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi colocada uma caixa com imagens e relatos de vítimas de tráfico de pessoas.
Ao longo da semana, cartazes de prevenção também vão estar nas estações do Metrô Rio. E, no dia 30, quando se comemora o Dia Internacional de Luta contra o Tráfico de Pessoas, monumentos públicos do Rio vão ser iluminados com a cor azul para simbolizar a tristeza das vítimas desse crime. Denúncias sobre tráfico de pessoas podem ser feitas através do Dique 100 e no Facebook da Secretaria Estadual de Direitos Humanos.
Edição: Radioagência Nacional