Na manhã desta terça-feira (25), cerca de 300 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam o complexo da Fazenda Lupus,dividida em I, II e III, no município de Alto Paraíso, Noroeste do estado. A ação faz parte da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, marcada por ocupações em outros estados brasileiros, com o lema “Corruptos, devolvam nossas terras!”.
Em 2007, a Fazenda Lupus foi declarada "grande propriedade improdutiva" pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária do Paraná (Incra), portanto, passível de desapropriação para fins de reforma agrária.
Carlos Luiz Lobo, proprietário da área, recorreu judicialmente do laudo do Instituto. Em sentença publicada em 5 de setembro de 2013, o juiz federal João Paulo Nery dos Passos Martins, de Umuarama, julgou improcedente o pedido de Lobo.
Desde então, o MST cobra a agilidade do Incra para a arrecadação da área para a Reforma Agrária e assentamento das famílias acampadas no Paraná.
Famílias acampadas
De acordo com informações do MST, parte das famílias ocupantes vive há 10 anos às margens da rodovia do município, em barracos de lona segurada por bambus, sem energia elétrica e água, em estado de extrema pobreza. Outra vieram de áreas de acampamentos despejados no estado.
"As margens da rodovia apresentam risco permanente às pessoas, pois não há acostamento ou redutores de velocidade no local, sendo um risco permanente a integridade física de quem lá vive", diz integrante da coordenação do MST, que prefere não se identificar.
Atualmente, 11 mil famílias estão acampadas no estado, em cerca de 70 acampamentos, em diversas regiões. No ultimo período, houve uma ofensiva de reintegrações para cima dessas áreas.
O MST do Paraná cobra rapidez ao Incra nas questões de acampamentos e desenvolvimento dos assentamentos, "pois no ultimo período, o instituto tem mostrado um despreparo e desrespeito as famílias do MST", diz a coordenador do movimento.
Mato Grosso do Sul
Também na madrugada de hoje, cerca de 200 famílias sem-terra ocuparam a fazenda Perobal, no município de Itaquiraí (MS), a 400 quilômetros de Campo Grande.
A fazenda é usada para o monocultivo de cana, e o uso de veneno na propriedade já afeta há tempos a produção de alimentos de assentamentos próximos.
Edição: Ednubia Ghisi