A condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pelo juiz federal de primeira instância Sérgio Moro, a nove anos e seis meses de prisão, gerou imediatamente reações negativas no Congresso. A decisão também proíbe Lula de assumir cargos públicos por 19 anos.
“Vamos recorrer dessa condenação farsesca de Moro contra Lula às Cortes Internacionais. Lula é perseguido político por liderar pesquisas. Condenação de Lula é eminentemente política e tem o único objetivo de torná-lo inelegível. É o golpe dentro do golpe”, escreveu nas redes a deputada federal Erika Kokay (PT-DF).
Condenação de Lula é eminentemente política e tem o único objetivo de torná-lo inelegível. É o golpe dentro do golpe.— Erika Kokay (@erikakokay) 12 de julho de 2017
Wadih Damous, deputado federal (PT-RJ) e ex-presidente da seccional fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), se posicionou, em transmissão ao vivo no Facebook, criticamente em relação à sentença de Moro: “Se estivéssemos vivendo em um tempo de normalidade, em um Estado Democrático de Direito, o processo sequer chegaria a esse momento final e teria sido arquivado. Sem ler a sentença, posso afirmar que se trata de uma peça jurídica imprestável. Não há provas que incriminem o ex-presidente Lula. Ao contrário, quem fez prova de inocência, sem obrigação de fazê-lo, foi a defesa”.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) disse que "Moro escolheu dia em q CCJ inicia debate sobre denúncia de corrupção contra Temer para condenar Lula sem provas! Desfaçatez".
Moro escolheu dia em q CCJ inicia debate sobre denúncia de corrupção contra Temer para condenar Lula sem provas! Desfaçatez.— Maria do Rosario (@mariadorosario) 12 de julho de 2017
Já o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), também em transmissão no Facebook, afirmou que “esse pessoal da Lava Jato sempre atuou em cima do timing político. Eles condenam agora para dar tempo de tirar Lula do jogo [eleitoral]. Tem que ter reação nossa, tem que ter mobilização! É a continuidade do golpe! Eles sabem que Lula não para de crescer, porque estão destruindo o Brasil”, criticou o senador lembrando que o ex-presidente só se torna inabilitado após confirmação da condenação em segunda instância.
Os oponentes do petista, por sua vez, comemoram a decisão.
“Justiça sendo feita contra um criminoso que tantos prejuízos trouxe ao Brasil com seu projeto de poder”, escreveu o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) em seu Twitter:
Justiça sendo feita contra um criminoso que tantos prejuízos trouxe ao Brasil com seu projeto de poder.— Ronaldo Caiado (@ronaldocaiado) 12 de julho de 2017
Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), filho do presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ), relacionou a sentença com a aprovação do desmonte da legislação laboral: “Reforma Trabalhista aprovada + condenação Lula = volta da confiança no Brasil”.
Ref. Trabalhista aprovada + condenação Lula = volta da confiança no Brasil, bolsa salta, dólar caí, risco Brasil caí, país melhora!— Eduardo Bolsonaro (@BolsonaroSP) 12 de julho de 2017
Edição: Vanessa Martina Silva