OBRA OLÍMPICA

BRT: População revive transtorno de obras olímpicas inacabadas no Rio de Janeiro

Construção do BRT Transbrasil foi retomada em abril e só deve terminar junho de 2018

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
BRT vai ligar as zonas oeste e norte ao centro do Rio de Janeiro
BRT vai ligar as zonas oeste e norte ao centro do Rio de Janeiro - Prefeitura

As obras do BRT Transbrasil, previstas para serem entregues na Olimpíada em 2016, foram retomadas e prolongam transtorno à população. A linha que vai ligar Deodoro à passarela número 2 da Avenida Brasil, na altura do bairro do Caju, foi paralisada em agosto do ano passado. Agora, os moradores dessas regiões vivem novamente todas as dificuldades enfrentadas naquela época, como engarrafamentos quilométricos, atrasos dos ônibus e em alguns casos tendo até que mudar o trajeto para evitar o caos.

A vida da trabalhadora doméstica, Marta Rodrigues, de 40 anos, não é mais a mesma desde que as obras do BRT Transbrasil foram retomadas, em abril. Moradora do bairro Parada de Lucas, na zona norte  do Rio, Marta tem que sair de casa mais cedo para chegar no trabalho às 8h30, em Botafogo. “Antes gastava 30 minutos da minha casa no trabalho, agora consigo fazer esse caminho em menos de 1h30. A gente acha que depois que terminar a obra as coisas vão melhorar, o problema é que nunca acaba”, afirma a empregada doméstica.

O trecho é importante porque liga as zonas oeste e norte ao centro do Rio de Janeiro. No total, o traçado tem cerca de 28 quilômetros, sendo que mais de 11 quilômetros já estão prontos. De acordo com a prefeitura 55% do recursos já foram pagos ao Consórcio Transbrasil. Segundo a prefeitura, a previsão é que o novo transporte entre em operação no segundo semestre de 2018.

Empreiteiras investigadas

O grupo Odebrecht lidera a lista das construtoras que mais venceram licitações de obras dos Jogos Olímpicos e da Copa do Mundo, e que agora estão sendo investigadas pela operação Lava Jato.

As  empreitas investigadas foram responsáveis pela execução de 73% do investimento em obras para a Olimpíada. Dos R$ 37,6 bilhões previstos no orçamento oficial dos Jogos Olímpicos de 2016, R$ 27,4 bilhões foram destinados a obras tocadas por Odebrecht, OAS, Mendes Junior, Queiroz Galvão e uma subsidiária das Camargo Correa, a CCR.

Todas essas empresas são suspeitas de formarem cartel, pagar propina e superfaturarem contratos públicos, feitos pela Petrobras.

Edição: Camila Rodrigues da Silva