São Paulo

Virada Cultural: Doria 'esvazia' centro e reduz locais de atividades na periferia

Os sete palcos que concentravam grandes públicos na região central serão substituídos por espetáculos menores

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Programação da Virada Cultural cresceu, mas número de locais com realização de atividades caiu na periferia
Programação da Virada Cultural cresceu, mas número de locais com realização de atividades caiu na periferia - Divulgação/Prefeitura SP

A Virada Cultural de 2017 na capital paulista terá menos locais de atividades e todos os grandes eventos serão retirados do centro. Os sete grandes palcos que concentravam públicos maiores na região central serão substituídos por shows menores, feitos em tablados no chão. “Queremos retomar a motivação original da Virada, a inspiração francesa. Queremos que as pessoas venham conhecer e passear no centro, inclusive observando os monumentos históricos”, afirmou o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB). Assim como no ano passado, durante a gestão de Fernando Haddad (PT), vão ocorrer intervenções artísticas no caminho entre as atrações e haverá cortejos culturais percorrendo a região.

A gestão Doria excluiu alguns locais da programação da Virada Cultural, sem remanejamento. O Parque do Ibirapuera, que recebeu atividades para crianças no ano passado, está fora do circuito. Também foram excluídos os Centros Educacionais Unificados (CEU) e as 28 Ruas Abertas, programa que libera vias da cidade para atividades de lazer, que receberam ações na edição passada. Com isso, duas subprefeituras ficaram excluídas da Virada Cultural: Parelheiros, no extremo sul da cidade, e Vila Prudente, na zona leste.

As atividades infantis também foram afetadas pela redução de locais definida pela gestão Doria. No ano passado, 26 locais receberam atividades voltadas para esse público, em todas as regiões da cidade. Neste ano serão apenas oito locais. A participação de Casas de Cultura e Centros Culturais também diminuiu. Em 2015 foram 20 locais, ante 16 definidos para este ano.

Apesar disso, o secretário municipal da Cultura, André Sturm, afirmou que não vai haver prejuízo à população. “Tem um palco em cada região. Fica mais perto para pessoas que querem assistir grandes shows sem se deslocar ao centro. Além disso, percebemos que muitas pessoas não conhecem os equipamentos próximos de suas casas e com essas atividades terão oportunidade de conhecer”, afirmou.

Vinte e oito teatros independentes aderiram à Virada e terão espetáculos gratuitos à população na noite de sábado, todos na região central da cidade. No ano passado foram oito. Unidades do Sesi e o Centro Cultural Banco do Brasil também terão atividades. Porém, os espaços das bibliotecas e teatros municipais foram reduzidos, de nove para oito, e de oito para sete, respectivamente. Também haverá, como em anos anteriores, espetáculos em unidades do Sesc.

Como na Virada Cultural de 2016, os cinco grandes palcos descentralizados receberão shows de artistas consagrados. Porém, nos ambientes fechados, será preciso ir aos locais para adquirir entradas, que começarão a ser distribuídas com uma hora de antecedência.

Haverá shows de Liniker e Nando Reis no Jockey Club, na zona oeste; Planta e Raiz, Diogo Nogueira e Alcione no Parque do Carmo, na zona leste; de Daniela Mercury, Fafá de Belém e Titãs no Parque Anhembi, na zona norte; e MV Bill e Fundo de Quintal na Praça do Campo Limpo, na zona sul. No Autódromo de Interlagos, também na zona sul, os eventos, segundo Doria, terão uma programação especialmente voltada para a família, com o funkeiro MC Gui e o cantor gospel Filipe Lancaster, além de oficinas culturais.

No total, serão 12 tablados espalhados pelo centro da capital paulista. Alguns serão temáticos e outros terão shows diversos. O Vale do Anhangabaú receberá musicais como Beatles num Céu de Diamantes e Carrossel - O Musical. Os edifícios Copan e Itália vão receber os cabarés, com shows de Shanawaara e Fuzarka. A Rua 7 de Abril vai sediar o espaço do rock, com shows de Garage Fuzz e Dominatrix.

Mano Brown, do grupo de rap Racionais MC’s, e Mato Seco vão se apresentar Centro Cultural Palhaço Carequinha, no Grajaú, zona sul. O Centro Cultural da Juventude, na Brasilândia, zona norte, vai receber Ratos de Porão e Banda Maverick Soul. Já o Centro Cultural Cidade Tiradentes, no extremo leste, vai receber shows da Tribo de Jah e Mucambos de Raiz Nagô. E o Centro Cultural Tendal da Lapa terá o grupo de rock Dead Fish  e o Sarau Baque Bolado na programação.  

A Virada Cultural 2017 ocorre nos próximos dias 20 e 21, das 18h às 18h. A programação completa pode ser acessada na página do evento. Serão 900 atrações em 100 locais, com custo total de R$ 13 milhões.

Edição: RBA