Jean-Luc Mélenchon, candidato da coalizão de esquerda França Insubmissa à Presidência, criticou, neste domingo (23), o centrista Emmanuel Macron, do En Marche, e a ultradireitista Marine Le Pen, da Frente Nacional, que devem ir para o segundo turno, de acordo com os resultados divulgados após o fechamento das urnas.
Em pronunciamento a seus apoiadores, ele afirmou que as estimativas divulgadas "não era o que esperávamos", já que o candidato aparecia, entre Macron, Le Pen e Fillon, como um dos candidatos possíveis no segundo turno.
Diferentemente de Benoît Hamon, do Partido Socialista, e François Fillon, d'Os Republicanos, Mélenchon não expressou seu apoio a Macron contra Le Pen.
Segundo o candidato da França Insubmissa, "a grande mídia e as oligarquias estão eufóricas. Nada é melhor para elas do que um segundo turno entre dois candidatos que irão dar continuidade às instituições atuais e não irão exprimir nenhuma consciência ecológica, que querem atacar os avanços sociais."
Ele disse que irá aguardar e respeitar os resultados oficiais, a serem divulgados pelo Ministério do Interior da França. "Nada mais direi agora. Cada um de vocês sabe qual é o seu dever. Eu não tenho o mandato das 450 mil pessoas que apoiaram minha candidatura para me manifestar em seu lugar", disse Mélenchon. "Elas serão convidadas a se expressar em minhas plataformas e o resultado será divulgado", disse sobre uma esperada consulta pública com seus apoiadores sobre o segundo turno.
"Criamos uma força entusiasmante e consciente. Peço que permaneçamos juntos", disse Mélenchon. "Vocês são o amanhã novo que começa a despontar."
Resultados
Marcado para o dia 7 de maio, o segundo turno das eleições presidenciais na França será entre o liberal Emmanuel Macron e a candidata de extrema-direita Marine Le Pen. Com 90% dos votos apurados, Macron obteve 23,5% do total; já Le Pen ficou com 22,08% dos votos.
Mélenchon ficou em quarto, com 19,45% do total; atrás do conservador François Fillon (19,75%).
Edição: Opera Mundi