Há exatos 59 anos, Nikita Khruschov era escolhido primeiro-ministro da União Soviética. A ascenção de Khruschov ao poder, no dia 27 de março de 1958, agradou dirigentes ocidentais. Ele era visto como uma figura mais moderada dentro do Partido Comunista Soviético.
Nascido numa família camponesa da Ucrânia, em 1894, Khruschov trabalhou como mecânico mineiro antes de se filiar ao Partido Comunista Bolchevique, em 1918.
Mudou-se para Moscou em 1929. Em 1938 foi designado primeiro-secretário do Partido Comunista da Ucrânia, tornando-se próximo de Josef Stalin. Com a morte de Stalin, em 1953, ele vence a disputa com Gueórgui Malenkov pela posição de primeiro-secretário do Partido Comunista.
Em 1956, Khruschov denunciou o governo de Stalin e documentou a expulsão de opositores, a extrema centralização do poder e do culto à personalidade do ex-líder do partido. O relatório secreto foi lido em um congresso do Partido Comunista. Com isso, milhares de prisioneiros políticos foram libertados.
O programa de "desestalinização" de Khruschov encontrou oposição dos linhas-duras do partido. Mas após uma acirrada disputa, venceu novamente Malenkov e se firmou na chefia do partido. Em 1958, ele foi nomeado pelo Soviet Supremo, de forma unânime, como primeiro-ministro.
Khruschov defendeu a “coexistência pacífica” com o Ocidente como política externa. Mas, em outubro de 1962, a União Soviética e os EUA estiveram à beira de um conflito nuclear por causa da instalação de mísseis em território cubano.
Depois de 13 dias de negociações tensas, Khruschov concordou em retirar suas armas ofensivas e, em contrapartida, os Estados Unidos se comprometeram em não invadir Cuba. A solução foi criticada por Fidel Castro. Para ele, a União Soviética se curvou à pressão de Washington.
Esse fato, aliado à grave crise agrícola e a deterioração das relações entre os soviéticos e a China, levaram a uma crescente oposição a Khruschov dentro do Partido Comunista.
Em outubro de 1964, Leonid Brejnev, seu assessor imediato, organizou um golpe palaciano contra o estadista. Khruschov foi tirado do poder e caiu em ostracismo em Moscou, onde viveu até a sua morte, em 1971.
Hoje na História é uma produção da Radioagência Brasil de Fato e Opera Mundi
Locução: Daniela Stefano
Produção: Rute Pina
Sonoplastia: Jorge Mayer
Edição: Radioagência Nacional de Fato