Com o controle de quatro ministérios, incluindo a Secretaria de Governo, pasta de articulação política com o Congresso, o PSDB é o principal partido da base aliada de Michel Temer, mas vai tentar se distanciar da reforma da Previdência. Apesar de a equipe econômica defender a aprovação integral da reforma, o partido prepara um conjunto de propostas de alterações ao texto enviado pelo Executivo ao Congresso. O gesto do PSDB de enviar suas sugestões nas próximas semanas deve engrossar o movimento dentro da base do governo para flexibilizar alguns pontos da proposta enviada pelo Planalto.
As informações são de reportagem na Folha de S.Paulo.
"O governo Temer espera aprovar a reforma ainda neste semestre e classifica a medida como essencial para o controle das contas públicas e a recuperação da economia.
A Folha apurou que entre a bancada de deputados do PSDB —a terceira maior da Casa, com 47 cadeiras— a tendência é que sejam defendidas mudanças em pelo menos quatro dos principais pontos da reforma.
Eles coincidem com os que o relator da proposta, o deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), aponta como "alvos de debate".
O primeiro é a regra de transição para o novo sistema. O texto do governo prevê que as regras novas valham integralmente para mulheres com menos de 45 anos e homens com menos de 50 anos. A ideia é propor uma transição mais escalonada.
O PSDB também quer alterar o trecho que endurece as regras do BPC, benefício assistencial pago a idosos e pessoas com deficiência que têm renda familiar per capita de até 25% do salário mínimo.
Os tucanos também consideram necessário diferenciar as regras da aposentadoria rural —que seriam as mesmas dos trabalhadores urbanos, de acordo com a proposta do governo.
Querem alterar ainda a regra de cálculo do benefício. Pelo texto do governo, o benefício integral para quem ganha acima de um mínimo só é conquistado com 49 anos de contribuição."
Edição: Brasil 247