Manifestantes e trabalhadores ligados a seis centrais sindicais se reuniram em frente à Superintendência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na região central de São Paulo, na manhã desta sexta-feira (25), para se posicionarem contra a Proposta de Emenda Constitucional 55 (antiga PEC 241), as reformas trabalhistas (como a terceirização) e a reforma da Previdência, projetos encampados pelo governo não eleito de Michel Temer no Congresso.
O ato faz parte do Dia Nacional de Lutas, Greves e Paralisações organizados pelas centrais em várias cidades do país, e os organizadores não divulgaram o número de participantes.
As atividades também se concentraram em alguns locais de trabalho. Durante a tarde, trabalhadores do setor industrial, entre eles metalúrgicos e químicos, programam um ato em frente à sede do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O objetivo é defender a política de conteúdo local, que exige a priorização de produtos nacionais na indústria brasileira.
“O Brasil se encontra em uma encruzilhada histórica”, afirma Adilson Araújo, presidente nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Segundo ele, essa instabilidade política, que foi motivada por um golpe contra a classe trabalhadora, “vai dando a dimensão do tamanho do estrago desse governo contra a população”.
União das centrais
Para o líder sindical, a união das centrais na manhã desta sexta-feira, “faz mais do que sentido para que se possa construir um ambiente capaz de barrar toda e qualquer possibilidade de retrocesso”, disse.
“A gente precisa acordar o nosso povo, fazer com que ele enxergue que essas medidas amargas são contra os interesses da nação”, completou Araújo.
Segundo o vereador Jamil Murad (PCdoB), o ato teve um significado histórico. “Tenho décadas de participação no movimento sindical e no movimento dos trabalhadores e, quando se consegue passar por cima das diferenças e se unir em torno de questões essenciais aos trabalhadores, a nossa luta se fortalece, e o resultado sempre é positivo”, disse.
Governo enfraquecido
Araújo destacou que a queda do ministro da Secretaria do Governo, Geddel Vieira Lima, na manhã nesta sexta, é importante para que os movimentos populares “possam reclamar a volta do governo que foi eleito pelo voto popular”, disse.
“[O governo Temer] está atolado em um mar de lama da corrupção. Foram os ministros mais influentes que deixaram o governo [desde seu início]”, completou o presidente da CTB.
Murad destacou que a queda do “ministro predileto” de Temer mostra os reais motivos do golpe. “É uma quadrilha que tomou o poder, e esses quadrilheiros já estão caindo”, avisou o vereador.
Agenda unitária
A união dos trabalhadores é fruto, segundo Araújo, de uma “eclosão de movimentos de resistência”. O dirigente avisou que as centrais sindicais organizam uma marcha, prevista para o próximo dia 29 de novembro, em Brasília (DF).
“É uma marcha contra a PEC 55, a antiga 241. Essa resistência sinaliza para a necessidade construirmos uma frente unitária de luta. A Frente Brasil Popular e a Frente Povo sem Medo estão dialogando”, disse.
Segundo o presidente da CTB, ainda no início de dezembro, a Frente Brasil Popular fará uma plenária nacional, que deve acontecer em Belo Horizonte (MG), para “apontar um rumo de resistência contra essa ofensiva do capital, motivada mais ainda pelo intento golpista”.
Edição: Camila Rodrigues da Silva
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