O governo da Bolívia declarou na última segunda-feira (21/11) emergência nacional devido à seca e à falta de água no país. A medida permitirá mobilizar recursos econômicos de municípios, governos estaduais e Executivo nacional para superar a crise que afeta várias regiões do país.
Em conferência de imprensa realizada hoje, o presidente da Bolívia, Evo Morales, confirmou a aprovação do decreto 2987 que declara “situação de emergência nacional devido à seca e ao déficit hídrico em diferentes regiões provocadas por fenômenos climáticos”.
Evo ressaltou que o ano de 2016 deve ser o mais quente já registrado, como divulgado pela OMM (Organização Metereológica Mundial), agência da ONU, na última semana, e afirmou que a seca atual é a mais dura já enfrentada pela Bolívia.
Segundo Evo, serão formados grupos de trabalho para resolver o problema e atender a demanda de água pela população, especialmente em La Paz, capital do país, onde diversos bairros estão em racionamento há mais de duas semanas, com o abastecimento sendo feito por 12 horas a cada três dias sem água.
O governo cuidará também de colocar cisternas e tanques nos locais mais críticos, assim como da perfuração de poços e da captação de novas águas, disse o presidente, acrescentando que irá sobrevoar algumas regiões do país para verificar o estado de lagoas e reservatórios de água e buscar alternativas para incorporar o recurso ao sistema.
Humberto Claure, gerente da Empresa Pública Social de Água e Saneamento (Epsas), afirmou neste domingo (20/11) que já em maio as autoridades sabiam que os reservatórios que abastecem La Paz não tinham água suficiente para suportar o período sem chuva, “mas não se atuou oportunamente”. Segundo ele, o problema “não será resolvido rapidamente” porque “é muito provável que tenhamos outro ano seco”.
Evo também recomendou que a população mesma “racione” água para prevenir situações ainda mais críticas e pediu compreensão mesmo quando o recurso venha a faltar por alguns dias.
Na noite de domingo (20/11), houve protestos na região sul da capital boliviana por causa da falta de água. Os manifestantes se concentraram diante da Embaixada da China, devido à informação que tem sido compartilhada em redes sociais no país de que uma mineradora chinesa estaria atuando na montanha Illimani, nos arredores de La Paz, e utilizando a água que deveria abastecer a população.
O governo negou nesta segunda-feira (21/11) que exista qualquer empresa, chinesa ou boliviana, atuando na região e usando a água direcionada a La Paz. “Isso é uma mentira que demonstra uma intenção”, disse Claure, que pediu que a população não se alarme com “informações falsas”.
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