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Número de falhas graves no Metrô mais que dobra durante governo Alckmin

Entre 2010 e 2015 houve aumento de 153%: de 30 ocorrências graves para 76

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Movimentação de passageiros na Estação Sé, no centro da capital
Movimentação de passageiros na Estação Sé, no centro da capital - Paulo Pinto/Fotos Públicas

A quantidade de falhas graves no Metrô de São Paulo mais que dobrou em cinco anos (2010-2015). Boa parte do período corresponde à gestão de Geraldo Alckmin (PSDB), que assumiu em 2011 e foi reeleito em 2014.

Houve 30 ocorrências notáveis – termo técnico que designa paradas de ao menos cinco minutos, resultando em paralisações das linhas – em 2010. Em 2015, foram 76, resultando em um aumento de 153%. Os dados relativos às linhas geridas diretamente pelo Metrô – 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 5-lilás – foram obtidos pelo jornal Folha de S.Paulo através da Lei de Acesso à Informação. 

A tendência de aumento se manteve no primeiro semestre de 2016. Nos primeiros seis meses deste ano, foram registradas 44 ocorrências, o equivalente a um registro a cada quatro dias. As ocorrências prejudicam não só os usuários que estão nas composições que apresentam falhas, mas todo o sistema, já que os atrasos geram impactos em efeito cascata em todo o sistema. O resultado é o aumento dos intervalos entre trens, maior lotação e formação de filas para embarque. 

Dados

Segundo o Tribunal de Contas do Estado, embasado em dados do próprio Metrô, 92 mil viagens deixaram de ser realizadas em 2015 por conta de falhas ou problemas de manutenção.

Nos últimos cinco anos, a frota do Metrô teve aumento tímido: de 150 composições para 154. A mesma situação é verificada em relação à extensão da malha metroviária: de 65,3 quilômetros para 68,5. O número de passageiros, no entanto, aumentou 45%, no mesmo período. 

O Metrô vem diminuindo o gastos com operações nos últimos anos. No primeiro semestre de 2014, a companhia investiu R$ 54,4 mi. Em 2015 foram R$ 35,8 mi e em 2016, este valor caiu para R$ 21,8 mi. 

Posição

Em resposta à reportagem, o Metrô apontou como causa do aumento de ocorrências notáveis o processo de modernização e reforma das composições. 

No período analisado, 80 trens foram modernizados. Mais 18 devem passar pelo mesmo processo, “Quanto mais novo for um trem, maior será o número de ocorrências apresentadas, justamente porque equipamentos novos passam por fase controlada de estabilização de desempenho até alcançarem sua máxima eficiência", afirmou a companhia. 

Edição: José Eduardo Bernardes

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