O colombiano Óscar Figueroa, 33, que conquistou a medalha de ouro em levantamento de pesos na categoria 62 quilos nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, é um dos 6,9 milhões de deslocados forçados pela violência paramilitar em seu país.
Aos 9 anos, ele teve que sair de Zaragoza, na região de Antioquia, ao nordeste do país andino, devido aos conflitos armados e às poucas oportunidades econômicas.
Já em Cartago (Valle del Cauca, na região oeste da Colômbia), Figueroa começou a se destacar nas atividades físicas: jogou futebol, basquete, natação e karatê, mas, por conselho de um professor da escola, consagrou-se no levantamento de pesos.
Desde então, Óscar não abandonou a halterofilia, inclusive quando prestou o serviço militar.
Os primeiros frutos de seu treino ocorreram em 2004, quando se classificou para os Jogos Olímpicos de Atenas, onde ficou na 5ª posição na categoria 56 kg.
Em 2006, ele conquistou a medalha de prata no mundial de Santo Domingo e o segundo lugar nos Jogos Centroamericanos e do Caribe na categoria 62 kg.
Depois de um breve parêntese durante os Jogos de Pequim 2008, por conta de uma cirurgia de hérnia na coluna cervical, o esportista andino ganhou sua primeira medalha olímpica, de prata, em 2012, quando os Jogos aconteceram em Londres.
Medalhas da Colômbia
A medalha de Óscar é a terceira de ouro da história da Colômbia. A primeira foi conquistada por María Isabel Urrtia, também em levantamento de pesos, nos Jogos de Sidney, em 2000. A segunda é de Mariana Pajón, em bicicross, em Londres 2012.
Ele levantou 318 quilos: 142 no arranque e 176 nos dois tempos, e seu triunfo relembrou à sociedade as vítimas, os desabrigados e as comunidades atingidas pelos conflitos armados.
Às lágrimas, Óscar celebrou a vitória e pediu aos governantes colombianos que aprovem a Lei do Esporte, que garanta a sustentabilidade dos esportistas e que seja aprovado o orçamento para a conclusão do Centro de Alto Rendimento em Cali, para que crianças possam treinar.
* Com informações da Marcha Patriotica
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