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Rir para resistir: Grupo "Vizinhos pela Democracia" faz ato "Fora, Temer"

Novo escracho transforma a frente da casa do interino em “cemitério de conquistas do povo brasileiro"

São Paulo |
Moradores do bairro de Alto de Pinheiros transformaram a frente da casa de Temer em um cemitério repleto de lápides
Moradores do bairro de Alto de Pinheiros transformaram a frente da casa de Temer em um cemitério repleto de lápides - Facebook/ Reprodução

Com o habitual bom humor que marca os seus atos políticos, o grupo Vizinhos pela Democracia realizou, dia 8 de agosto, mais um escracho na porta do presidente interino Michel Temer, em São Paulo. Os moradores do bairro de Alto de Pinheiros transformaram a frente da casa de Temer em um cemitério repleto de lápides que representavam a “morte” das conquistas do povo brasileiro, como “bolsa família”, “ciências sem fronteiras”, “direitos humanos”, “direitos trabalhistas”, “Mercosul”, “pré-sal”, “SUS”, entre outros benefícios afetados por recentes medidas do governo em exercício. 

Cegonhas “corruptas e entreguistas” traziam nos bicos os retrocessos “nascidos” do golpe: “escola sem partido”, “41,47% para calar o judiciário”, “privatizações”, “aposentadoria aos 70 anos” etc. Fazendo rir até os seguranças presidenciais, que tudo fotografavam, enquanto vizinhos e amigos de vizinhos empunhavam velas no “cemitério dos direitos sociais”, cantando paródias com letras de denúncias.

Um representante do grupo leu uma carta aberta, lembrando que a mudança da família para Brasília “foi o primeiro ‘fora Temer’ bem-sucedido”. Contudo, diz o texto, “queremos um fora Temer desse poder provisório, ao qual chegou pela via de um rasteiro golpe parlamentar, em sórdido complô desmascarado tecnicamente de todas as formas”.

A carta também alertou: “Enquanto o mundo e os brasileiros acompanham a Olimpíada, cujo eventual sucesso nada tem a ver com a sua temerosa gestão, organiza-se no Congresso Nacional uma nova modalidade olímpica: lançamento de bombas nos direitos e na soberania nacional, com o PL 4567/2016, que trata da exploração do pré-sal e do Projeto de Lei complementar 257, sobre congelamento de salários e desligamento voluntário de servidores”. Ao lembrar as Olimpíadas, palavras de ordem animaram o coro e receberam a tocha olímpica Fora Temer. 

Ao encerrar o ato, os manifestantes encheram as grades de proteção – que isolam a casa do interino e impedem a livre circulação de pessoas na praça – com fitas coloridas em que estavam gravados os dizeres: Bom fim ao golpe! FORA TEMER.

Essa foi a quinta manifestação do Vizinhos pela Democracia. Em frente à casa do interino, eles já organizaram uma serenata, uma festa junina (com quadrilha do Temer) e um fumacê (contra a pulverização de inseticidas sobre as cidades). Foram eles também que “reinauguraram” a praça, rebatizada de Praça do Golpista. Composto por moradores do bairro e amigos, sem ligações partidárias, o grupo se formou espontaneamente, a partir de uma conversa entre amigos indignados com a violenta repressão policial sofrida por integrantes do MTST durante protestos desse movimento social na praça, em abril deste ano.

Entre os vizinhos, que vão às manifestações “em família”, e até com seus animais de estimação, há diversos músicos e profissionais ligados a comunicação, teatro e cinema. Por conta dessas habilidades, o primeiro ato, o desagravo ao MTST, foi uma serenata e uma representação cênica – que fez a esposa de Temer chorar e a sogra dele sair à rua para pedir silêncio. De lá para cá, somam-se mais de 200 integrantes, que debatem ideias pelo Whattsapp e participam também de todos os protestos contra o golpe e pela volta da democracia no país.

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