O senador Humberto Costa (PT-PE) classificou como "pedalada constitucional" a aprovação do relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) na Comissão Especial do Impeachment (CEI), que pediu o prosseguimento do processo de afastamento da presidenta Dilma Rousseff. O documento recebeu 14 votos favoráveis ao documento nesta quinta (4).
“Estamos passando por cima da Constituição para dar voz a um projeto político que não resistiria a uma eleição”, disse. “Há alguém que foi escolhido como criminoso, e até agora se procura qual é o crime cometido”, completou Costa, que não faz parte da Comissão.
Apenas cinco senadores foram contrários ao relatório de Anastasia: Lindbergh Farias (PT-RJ), Kátia Abreu (PMDB-TO), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Telmário Mota (PDT-RR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
“Hoje é um dia muito triste para mim, mas também para todos que defendem a democracia. Nós cumprimos o nosso papel. Mostramos que não há crime, é uma situação para validar um programa político que não seria eleito nas urnas”, afirmou Gleisi Hoffmann.
Para ela, este “não é um golpe contra Dilma, contra o PT, mas contra os 54 milhões de votos que votaram na presidenta”.
Próximos passos
Agora, o processo segue para votação no plenário do Senado, que está prevista para a próxima terça (9). Caso a maioria simples dos senadores (pelo menos 41 parlamentares) considerar que houve crime de responsabilidade, o processo de impeachment prosseguirá para sua última etapa, que é uma sessão no plenário do Senado comandada pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, em que todos os senadores votam para julgar se condenam ou absolvem a presidente.
É preciso o voto de 54 dos 81 parlamentares para que Dilma seja condenada, o que leva ao seu afastamento definitivo do cargo. Lewandowski prevê que a análise definitiva do processo de impeachment tenha início no plenário do Senado no dia 29 de agosto e se estenda por pelo menos uma semana.
Caso o plenário considere que não houve crime na próxima terça, o processo será arquivado e Dilma reassume a Presidência da República.
Edição: Camila Rodrigues da Silva
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