Cerca de 90 estudantes do Instituto Federal do Paraná - IFPR ocuparam a Reitoria da instituição na manhã desta segunda-feira (1), no bairro Tarumã, em Curitiba, contra a mudança nos cargos de reitor e diretores dos campi. Os alunos fazem parte dos cursos técnicos de Informática e Administração do campus Pinhais, e têm idades entre 15 e 17 anos.
Eles reivindicam o retorno do reitor eleito em 2015, Ezequiel Westphal, e do diretor Marcelo Camilo Pedra, que coordenava o campus Pinhais desde sua abertura, há cerca de um ano e meio. Westphal foi substituído provisoriamente por Odacir Antonio Zanatta, no dia 8 de julho de 2016.
Desde esta data, todos os pré-reitores do Paraná foram exonerados, assim como a maioria dos diretores dos campi, entre eles Camilo Pedra. Os novos diretores gerais também trocaram diretorias de administração e de ensino. No campus Pinhais, os integrantes do corpo gestor dos cursos entregaram os cargos.
Os estudantes chegaram à Reitoria por volta das 9h e exigiram uma reunião com o atual reitor. Segundo Bianca Gusso, estudante e secretária geral do Grêmio Estudantil do campus Pinhais, o grupo subiu junto até o terceiro andar, onde fica da Reitoria, e exigiu que a conversa fosse realizada ali.
Os minutos de conversa aconteceram na sala de espera e não resultaram em respostas efetivas, segundo a estudante: “Ele [Zanatta] ficou voltando no assunto, não respondia de fato o que a gente perguntava. Aí quando uma aluna perguntou sobre o motivo da mudança do nosso diretor, ele simplesmente largou a gente na sala de espera, bateu a porta na minha cara. Eu achei uma falta de respeito”, relata a adolescente de 16 anos, estudante do técnico em Administração.
Após a reunião mal sucedida com o reitor, a decisão do grêmio foi de ocupar o prédio. “Vamos continuar aqui até que a gente tenha resposta e nosso diretor volte”, garante. A ação é organizada com apoio da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas – UPES e da União Nacional dos Estudantes – UNE.
Reflexo do golpe
Segundo a professora Marcia Valéria Paixão, que deixou o cargo de coordenadora de Pesquisa e Extensão do campus Pinhais em repúdio às mudanças na gestão, este cenário é reflexo do golpe e da entrada de Temer como presidente interino. “Parece que os novos governantes têm essa mania, assumem o poder e não confiam em ninguém, querem trocar todo mundo”.
“É objetivo da educação formar cidadãos atuantes, críticos. Mas depois que o ministro falou que era para privatizar a educação pública, não dá para esperar mais nada”, lamenta a professora.
A assessoria de imprensa do Instituto afirmou que ainda não havia posicionamento público da reitoria sobre a situação e que seria divulgada uma nota ainda nesta segunda-feira.
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