Cerca de mil famílias sem-terra reocuparam o latifúndio de pouco mais de 20 mil hectares da Usina Santa Helena (USH), localizada na cidade Sana Helena de Goiás (GO), na manhã deste domingo (31). O objetivo da ação é exigir a imediata desapropriação da Usina e o assentamento das 6.500 famílias acampadas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em todo o estado de Goiás.
A Usina Santa Helena faz parte do Grupo Naoum e, segundo nota do MST, a empresa deve mais de R$ 1 bilhão à União e aos trabalhadores, além de ser acusada de crimes ambientais.
“O latifúndio ocupado já foi objeto de adjudicação [ato judicial que dá posse de bens a alguém] pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional em Goiás, que firmou protocolo de intenção com o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] para destinar a área ao assentamento de famílias sem terra’’, afirma o movimento.
Criminalização
O MST no estado de Goiás sofre tentativas constantes de criminalização do movimento. Desde abril deste ano, dois sem-terra estão presos por razões relacionadas à ocupação de uma parte da usina Santa Helena. São eles: Luiz Batista e José Valdir Misnerovicz.
Mais dois membros do movimento estão exilados. “A absurda acusação é que os militantes, ao lutarem por reforma agrária, estão participando de uma organização criminosa’’, declara, em nota, o MST.
Goiás
Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), a região Centro-Oeste teve um aumento de 29% no número de conflitos no campo, no comparativo entre 2014 e 2015.
Além disso, o número de pessoas envolvidas saltou de 77.982 para 147.015. Um crescimento de 89% no período. O estado de Goiás quase dobrou o número de conflitos registrados, que passou de 21 para 39, 86% a mais.
*Edição: Vivian Fernandes
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