Durante pronunciamento no Parlamento nesta segunda-feira (27), o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, descartou a possibilidade de realizar um novo referendo sobre a “Brexit”, a saída britânica da União Europeia, apesar de uma petição popular por uma nova votação ter angariado mais de 3,7 milhões de assinaturas.
“O resultado da votação não foi o que eu queria, mas eu e meu gabinete concordamos que deve ser respeitado”, disse Cameron, que fez campanha pela permanência da região na UE e anunciou sua renúncia do cargo de primeiro-ministro assim que os resultados do referendo foram divulgados, na madrugada da última sexta-feira (24).
“[Um segundo referendo] não está nem remotamente em jogo. O resultado foi decisivo”, reforçou um porta-voz do premiê ao jornal britânico The Independent.
A petição online foi criada pela sociedade civil no site do Parlamento britânico na sexta-feira (24), dia seguinte ao referendo, pedindo que o governo realize um novo plebiscito sobre a "Brexit". Até o momento, mais de 3,7 milhões de britânicos subscreveram o pedido. O Parlamento britânico é obrigado a debater os temas propostos pelos cidadãos caso uma petição reúna mais de 100 mil assinaturas.
Sobre as negociações para a saída do bloco, Cameron disse que elas deverão ser lideradas pelo novo premiê, que deve ser eleito em outubro, durante a convenção do Partido Conservador.
Cameron afirmou também em seu pronunciamento que a saída do Reino Unido da União Europeia não provocará mudanças imediatas nos direitos da população e que a economia do país está bem posicionada para “enfrentar os desafios à frente”. Ele também condenou o aumento de ataques racistas e xenófobos após a votação pelo "Brexit" e pediu aos parlamentares fazerem "tudo o que puderem" para frear estes ataques.
Entretanto, Jeremy Corbyn, líder do partido Trabalhista que enfrenta grande oposição por membros de sua legenda, pediu que Cameron comece as negociações assim que ele for para Bruxelas, sede da União Europeia, o que deve acontecer esta semana. “Não podemos ficar em um estado de paralisia pelos próximos três meses”, defendeu.
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