A polícia de Bruxelas reprimiu com canhões de água e gás lacrimogêneo manifestantes que foram às ruas da capital da Bélgica nesta terça-feira (24) protestar contra as novas medidas de austeridade fiscal do país implementadas pelo primeiro-ministro belga, Charles Michel.
Os sindicatos organizadores da marcha sustentam que as políticas do premiê não foram discutidas com a população e prejudicam as bases do Estado de bem-estar social belga. Segundo eles, a manifestação reuniu cerca de 60 mil pessoas, entre elas o ex-primeiro-ministro socialista da Bélgica Elio de Rupo.
As novas medidas de austeridades incluem cortes no orçamento de serviços públicos e educação que, de acordo com os trabalhadores, diminuem a oferta de empregos.
Os manifestantes também criticaram a reforma proposta pelo ministro do Emprego, Kris Peeters, que flexibilizou as horas de trabalho anuais e cortou as horas extras, permitindo que as empresas exijam uma semana de trabalho de até 45 horas — até então o máximo era de 38 horas.
“Eu estou aqui para protestar contra as medidas que este governo de direita está tomando. Eles estão atacando os trabalhadores, pensionistas e desempregados”, disse ao jornal alemão Deutsche Welle o sindicalista Michel Beis.
Os sindicatos ainda argumentam que as medidas antiausteridade dos últimos dois anos do governo custaram às famílias de classe média por volta de €1.200 (aproximadamente R$ 4.800) por ano e suas promessas de combate ao desemprego não foram cumpridas.
Segundo as autoridades, a marcha desta terça estava tranquila até um grupo de manifestantes começar a vandalizar placas e a atirar objetos e pedras em direção à polícia. Até o momento, pelo menos dez pessoas foram presas e dois policiais ficaram feridos.
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