Movimentos populares organizam um ato de denúncia em resposta ao conteúdo de conversas divulgadas entre Romero Jucá (PMDB-RR), ex-ministro do Planejamento, e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. O protesto está agendando para esta quarta-feira (25), no vão livre do Masp, no centro de São Paulo.
Durante a conversa vazada, Jucá sugeriu uma articulação entre setores do Legislativo e do Judiciário com o objetivo de que a presidenta Dilma Rousseff deixasse a Presidência, podendo assim “estancar a sangria” causada pela operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Na análise de Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP) e da Frente Brasil Popular, “[o áudio] só revela publicamente mais um fato daquilo que a gente já vem afirmando, que o golpe foi tramado pra derrubar um governo legítimo e que o mote de corrupção é apenas um discurso, não é verdadeiro”, disse.
Bonfim também avalia que as intenções do grupo político que tramou o impeachment de Dilma são “evitar o combate à corrupção e também atacar os direitos, previdenciários e trabalhistas, os programas sociais e a soberania do país, para que o capital volte a ter uma taxa de lucro maior”. Segundo ele, o ato foi organizado para dar uma resposta rápida ao governo interino.
Repressão
Durante o diálogo de Jucá e Machado, o ex-ministro indicou que o Exército estaria monitorando o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para conter qualquer tipo de resistência.
“Esse é o tom do eventual governo Temer, se ainda em um governo provisório ele já faz isso, monitoramento, que é o que o Exército está fazendo com MST e CUT e obviamente se estende a todos os movimentos sociais”, avaliou o coordenador da CMP
“É uma tentativa de intimidação, de criminalização”, respondeu Bonfim lembrando das declarações do ministro da Justiça, Alexandre Moraes, na qual disse que “nenhum direito é absoluto”, incluindo o direito de manifestação.
Serviço
Ato: Não ao Golpe! Fora Temer! Nenhum direito a menos! Jucá na cadeia.
Concentração no Vão Livre do Masp
25 de maio de 2016 (quarta-feira) – a partir das 17h
São Paulo-SP
*Edição Rafael Tatemoto
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