O presidente venezuelano Nicolás Maduro realizou uma coletiva de imprensa no Palácio de Miraflores, em Caracas, na terça-feira (17), para falar sobre a conjuntura do país à mídia estrangeira. Na ocasião, o mandatário denunciou uma campanha internacional promovida pelos Estados Unidos para legitimar uma intervenção militar na Venezuela.
Durante a emissão conjunta por rádio e televisão, o presidente fez menção às diversas modalidades implementadas para derrubar seu mandato. Maduro afirmou que, neste momento, seu governo está sendo “o centro de uma agressão sistemática, política, midiática, de caráter diplomático, que quebra os parâmetros regulares do que temos conhecido em 17 anos de Revolução Bolivariana”.
“A agressão da mídia cria as condições para justificar o resto das agressões. Na América Latina temos essa história”, indicou o presidente. Segundo ele, Madrid, Bogotá, Miami e, fundamentalmente, Washington, são os epicentros da campanha contra a Venezuela. Maduro ainda mostrou como jornais espanhóis, como o El País, o El Mundo e o ABC, e norte-americanos, como o Wall Street Journal, o Washington Post e o The New York Time, participam diretamente do que chamou de “avanço golpista”.
Durante a declaração, Maduro convocou a população venezuelana, além de presidentes, personalidades, organizações políticas e sociais de todo o mundo para realizar uma ação conjunta que faça “chegar a verdade aos povos” e garantir a soberania nacional.
Para o presidente, a Constituição e a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) são garantias de paz, justiça e respeito à lei. “Precisamos levantar uma contraofensiva política, diplomática, e convocar à mobilização da consciência mundial, em defesa do direito à paz, à independência e à democracia na Venezuela”, expressou.
Olhando para o Brasil
Durante o discurso, o mandatário venezuelano não deixou de lado o caso brasileiro. Maduro foi categórico ao repudiar o golpe institucional contra o governo de Dilma Rousseff, e afirmou que essa empreitada é sustentada por interesses internacionais de “deter” o Brasil. “Onde [a elite] não pode governar, divide, cria-se o caos, e é o que tem levado à suspensão de Dilma Rousseff”, disse. Ele qualificou a decisão do Congresso brasileiro de afastar a presidenta como “precipitada e injusta”.
Segundo Nicolás, “o que vive o governo de Dilma é o mesmo que querem fazer aqui os setores da direita, mas aplicando um referendo revogatório”.
*Com informações da Telesur e do Notas Periodismo Popular.
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