Decidimos ocupar o Colégio Estadual Compositor Luiz Carlos da Vila porque não aguentávamos mais estudar em um ambiente de situações precárias. Nossas salas de aula têm rachaduras enormes nas paredes e até mesmo no chão. Não há ventiladores nem ar-condicionado.
Além disso, nunca recebemos livros didáticos e diálogo com a direção da escola não existia. Em uma ocasião o diretor chegou a chamar os policiais militares, que faziam a segurança da escola, pra retirar um aluno de dentro da sala de aula. Ele não tinha diálogo com os alunos, era ignorante e autoritário.
Outra dificuldade que a gente enfrenta é a falta de água quase todos os dias. Até mesmo na primeira semana de aula fomos liberados cedo por falta de água.
A falta segurança também é um problema grave e que nos preocupa. A escola foi invadida, roubaram computadores e até mesmo algumas panelas do refeitório. E esse não é o único perigo.
Em algumas salas o teto está caindo e, quando chove, os alunos correm risco real. Isso sem falar na piscina, que está em péssimo estado, com focos de dengue. A escola está completamente abandonada pela Secretaria Estadual de Educação.
Nossa ocupação tem como objetivo buscar melhorias pra escola e um meio de chamar a atenção do governo para todos os problemas que nossa escola vem enfrentando. Queremos que nossas reivindicações sejam atendidas.
Temos o direito de lutar por uma educação melhor e pelo nosso futuro. Não vamos nos calar diante de tantas injustiças e atrocidades cometidas pelo governo contra o povo pobre. Nós jovens somos a nova geração e queremos mudança.
Maria Beatriz Salustino é aluna do Colégio Estadual Compositor Luiz Carlos da Vila
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