Nesta quarta-feira (11/05), estudantes secundaristas ocuparam duas escolas estaduais em Porto Alegre (RS). A primeira ocupação ocorreu às 7h, na Escola Estadual Emílio Massot, em protesto contra a falta de professores, funcionários, materiais básicos e o parcelamento dos salários dos professores.
À noite, os secundaristas ocuparam a Escola Estadual Agrônomo Pedro Pereira, com o objetivo de denunciar o Projeto de Lei 44/16, que visa privatizar parcialmente a educação pública no Estado.
Os representantes do grêmio estudantil da escola afirmam que a ocupação também cobra o repasse de recursos do governo do Estado e o fim do parcelamento dos salários dos professores, que acontece desde julho de 2015. A previsão é que mais colégios do Estado façam ocupações nos próximos dias.
Os estudantes prometem manter as ocupações até que o governo atenda às reivindicações. “A gente não vai parar até ter uma educação de qualidade. Isso que a gente está pedindo é o mínimo”, afirma Douglas Silveira, 16, vice-presidente do Grêmio Estudantil da Escola Emílio Massot.
O sindicato dos professores do Estado (Cpers) também marcou uma assembleia para esta sexta-feira (13), que pode definir uma grave dos educadores estaduais.
Emílio Massot
Douglas explica que a ocupação tem o apoio dos professores, funcionários e pais, que não aguentam mais o descaso do governo Sartori com a educação no Estado.“A gente fez isso pra mostrar a esse governo que não são só os professores. São os alunos, os pais, os funcionários... Todos estão sendo afetados", denuncia Silveira.
A escola está sem professor de geografia e de ciências, sem professor de 5ª série, sem monitores e sem materiais básicos.
Segundo a vice-diretora, Neiva Lazzarotto, a direção reconhece a legitimidade da ocupação e está orgulhosa do crescimento dos alunos que organizaram o movimento.
“Vimos que eles tinham um plano sério, com muita justeza nas reivindicações. Essa experiência altera a rotina positivamente, é uma aula de cidadania e política”, comemora Neiva.
Ela esclarece que, antes da ocupação ser deflagrada, a escola estabeleceu um diálogo entre alunos e professores, chegando a um consenso de garantir liberdade aos professores que quisessem continuar dando suas aulas.
Edição: Camila Rodrigues da Silva
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