A proposta da Petrobras de mudar o regime de trabalho remoto nas bases administrativas da empresa levaram os trabalhadores a aprovarem o estado de greve e a manutenção do estado de assembleia permanente. Na prática, as atividades podem ser paralisadas sem a necessidade de que sejam convocadas novas assembleias pela Federação Única dos Petroleiros (FUP).
O movimento foi iniciado no dia 14 de janeiro e é uma resposta às ações da gestão atual da empresa. Até janeiro deste ano, o regime híbrido de trabalho, que previa home office de três dias na semana, foi alterado para dois dias na semana a partir de abril. A mudança no regime impõe a gerentes e funcionários a necessidade de trabalhar três dias presencialmente.
Para o coordenador do Sindipetro-NF, Sérgio Borges, medida representa um retrocesso porque impacta a vida de trabalhadores de diversas áreas. Segundo ele, “a Petrobras faz isso de forma unilateral, sem negociar com os trabalhadores ou com os seus representantes”.
“O objetivo de entrar em estado de greve, é justamente sinalizar a disposição da categoria de fazer um enfrentamento muito forte, caso não haja essa possibilidade de negociação com o representante dos trabalhadores. Hoje nós não temos um acordo de teletrabalho e a ideia dos sindicatos é construir esse acordo junto ao Petrobras”, destacou Borges à reportagem.
A Petrobras afirmou ao Brasil de Fato que “sobre os ajustes aprovados, todos que aderiram ao modelo híbrido de trabalho realizarão trabalho presencial de no mínimo três dias por semana, a partir de abril, visando aprimorar a integração das equipes e os processos de gestão, além de contribuir para a agilidade na entrega de importantes resultados para a companhia, que está em fase de crescimento de projetos”.
Edição: Jaqueline Deister