Pará

Sônia Guajajara articula reunião de indígenas em protesto por educação com Helder Barbalho, diz MPI

Ministra dos Povos Indígenas esteve nesta segunda com com as lideranças acampadas na Secretaria de Educação do estado

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
A ministra Sônia Guajajara (Psol) chega à Secretaria de Educação do Pará, há 13 dias ocupada por indígenas, quilombolas e outros manifestantes - Fotos: @thaigon_arapiun e @saviomaiandeua, via Conselho Indígena Tapajós e Arapiuns (@citabt)

A ministra Sonia Guajajara (Psol) esteve nesta segunda-feira (27) na Secretaria de Educação do Pará (Seduc-PA), onde cerca de 300 indígenas de 20 etnias estão acampados desde o dia 14. Eles exigem a revogação da lei 10.820/2024 e a exoneração do atual titular da pasta, Rossieli Soares.

De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, a ministra articulou uma reunião de 40 lideranças acampadas com o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). O encontro deve acontecer nesta terça-feira (28), ainda segundo as informações da pasta.

A visita da ministra atende a um pedido dos acampados. Segundo eles, a lei precariza uma série de conquistas, como o Sistema de Organização Modular de Ensino (Some) e a educação modular indígena, que, segundo o texto sancionado por Barbalho, seriam regulamentados por decreto.


A ministra Sônia Guajajara (Psol) ouve os manifestantes que ocupam desde o dia 14 a Secretaria de Educação do Pará / Fotos: @thaigon_arapiun e @saviomaiandeua, via Conselho Indígena Tapajós e Arapiuns (@citabt)

Após a repercussão negativa da medida, o governo paraense publicou decreto para criação de um Grupo de Trabalho (GT) para elaborar a nova Política Estadual da Educação Indígena, alegando que vai chamar, inclusive, indígenas da ocupação para construir a proposta.

Lideranças do acampamento, no entanto, acusaram o governo de tentar dividir o movimento indígena, dialogando com povos considerados aliados. "A gente vai permanecer aqui no movimento, dando nosso recado relacionado à COP30. Denunciar o governo Helder Barbalho, que fala muito dos povos tradicionais e, ao mesmo tempo, ataca o direito dos povos tradicionais da região", argumentou Gedeão Arapyu, em entrevista ao Brasil de Fato no último sábado (25).

Além disso, os acampados acusam o governo de tentar debelar a ocupação por meios violentos. "Desde que a gente entrou aqui [na ocupação], o governo cortou a energia do prédio, usou spray de pimenta nos banheiros pra gente não ter acesso, mas resistimos. Desde que a gente entrou, estamos exigindo a presença do secretário, do governador e, principalmente, a revogação da Lei 10.820 de 2024", reiterou Alessandra Munduruku, também ao BdF.

Edição: Thalita Pires