O Rio de Janeiro teve a cesta básica mais cara entre as oito capitais analisadas pela FGV e Neogrid em dezembro. Os cariocas desembolsaram em média R$ 1.033,34 com produtos. A capital é a única que exige mais de mil reais na compra dos 18 gêneros alimentícios da cesta básica.
Nos últimos seis meses, a cesta carioca foi a que mais subiu, com alta de 13,3%, seguida pela de São Paulo (8,0%) e de Salvador (7,9%). Além do Rio, foram pesquisados preços em São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Manaus, Fortaleza, Salvador e Brasília. A margarina e o óleo de soja puxaram a alta em todas as capitais pesquisadas.
Os alimentos que mais pesaram na mesa dos cariocas foram o óleo de soja (33,4%) e o café em pó ou em grãos (15,8%). Em contrapartida, alguns produtos registraram queda nos preços. Os legumes e o leite UHT caíram 2,6% e 7,1%, respectivamente, no Rio, e a farinha de mandioca 5,9%.
Comida mais barata
O presidente Lula afirmou que baratear o preço dos alimentos é uma das prioridades para 2025. A orientação foi um dos temas centrais na primeira reunião ministerial do ano, na qual ele cobrou membros do seu governo sobre o preço da comida.
“É uma tarefa nossa garantir que o alimento chegue na mesa do povo trabalhador, da dona da casa e do povo brasileiro em condições compatíveis com o salário que ganha”, ele disse.
Além de medidas para controlar a inflação, o presidente destacou que este ano será de colheita de resultados das políticas públicas retomadas no seu governo, e que haviam sido desmanteladas na gestão anterior. A principal delas é a recuperação dos estoques públicos de alimentos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A política funciona como um amortecedor nos preços de alimentos básicos que chegam à mesa da população, como arroz, feijão e milho. Para isso, a estatal mantém um estoque estratégico que pode ser vendido em momentos de alta para equilibrar o mercado. É uma forma de evitar oscilações exageradas nos preços dos alimentos essenciais.
Em entrevista ao Brasil de Fato, o presidente da Conab, Edegar Pretto, explicou que a recuperação dos estoques ainda não aconteceu porque, nos últimos anos, houve abandono das políticas para a agricultura familiar.
"Entrou a produção da monocultura para exportação, a soja. O arroz e o feijão perderam terra. Não tem produto para a gente fazer estoque. A gente só pode comprar quando o preço desses produtos está abaixo do preço mínimo, que garante basicamente o custo de produção. Teve menos produtos para o nosso consumo interno, o preço também sempre foi alto. Ficou muito difícil fazer estoque", afirmou Pretto.
Edição: Clívia Mesquita