CESSAR-FOGO

Após soltura de israelenses, 95 prisioneiros palestinos aguardam liberdade; 70 são mulheres

Liberação é um dos pontos do acordo de cessar-fogo que entrou em vigor hoje, após Israel atacar Gaza e matar 19 pessoas

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Palestinos começaram a voltar para Rafah após anuncio do cessar-fogo ser aprovado - AFP

Como parte do acordo de cessar-fogo aprovado na faixa de Gaza, que começou a valer neste domingo (19),  Israel deve libertar nas próximas horas 95 prisioneiros palestinos.

Entre as libertadas, deve estar a militante Khalida Jarrar, liderança da Frente Popular para a Libertação da Palestina e membro do Conselho Legislativo Palestino. A lista inclui 70 mulheres, uma delas menor de idade, e 25 homens, entre os quais 9 são menores de 18 anos. O mais jovem tem 16 anos.

Os palestinos serão liberados em troca de três reféns israelenses que estavam presos desde 7 de outubro de 2023 e já voltaram ao seu país. As três mulheres foram entregues pelo Hamas à Cruz Vermelha no início da tarde (horário de Brasília) deste domingo (19).

O inicio do cessar-fogo hoje atrasou em três horas. A previsão era começar às 8h30 (3h30 no horário de Brasília), mas segundo o governo de Benjamin Netanyahu, o Hamas atrasou a entrega de uma lista com os nomes dos reféns. Nesse intervalo, seu governo realizou um novo bombardeio em Gaza, deixando ao menos 19 mortos.

A expectativa é que Israel libere, em troca de 33 reféns, quase 2000 prisioneiros palestinos ao longo da primeira das três fases do acordo de cessar-fogo. Esse número inclui 1167 moradores de Gaza que foram presos ao longo do massacre praticada por Israel no território. 

De acordo com autoridades de saúde locais, quase 46.900 palestinos, a maioria mulheres e crianças, foram mortos e mais de 110.600 ficaram feridos desde o início da ofensiva.

Além da libertação de prisioneiros, Israel precisa cumprir com base no acordo um cessar-fogo completo, a retirada de seu exército de áreas densamente povoadas em Gaza e permitir o acesso da população à ajuda humanitária. O Egito prevê que 600 caminhões contendo alimentos, remédios e outros itens essenciais possam entrar em Gaza todos os dias.

Pelos crimes de guerra e contra a humanidade em Gaza, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa Yoav Gallant  tiveram mandados de prisão emitidos em novembro de 2024 pelo Tribunal Penal Internacional.


 

Edição: Nathallia Fonseca