Nada de pânico

HMPV: o que você precisa saber sobre o vírus respiratório que se espalha na China

Governo do país asiático diz que aumento de casos é comum nesta época do ano; OMS reforça que acompanha a situação

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Autoridades informam que aumento de ocorrências de vírus respiratórios é comum nesta época do ano - Arquivo OMS

Nos últimos dias, imagens de hospitais cheios e o aumento no número de casos do chamado Metapneumovírus humano (HMPV) na China geraram tensões no mundo quanto à possibilidade de uma nova emergência global, a exemplo do que o ocorreu com o coronavírus

O governo do país asiático, no entanto, afirma que a quantidade de casos observada é normal para o período de inverno no hemisfério norte e que a situação está sob controle.  

No fim da semana passada, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, foi questionada por jornalista sobre a preocupação de nações vizinhas quanto a propagação de vírus respiratórios na região. "As infecções respiratórias tendem a atingir o pico durante a estação fria", disse ela. 

Ning também afirmou que os números registrados atualmente são inferiores aos observados no ano passado. “As doenças respiratórias parecem ser menos graves e se espalham em menor escala em comparação ao ano anterior. Posso garantir que o governo chinês se preocupa com a saúde dos cidadãos chineses e estrangeiros na China. É seguro viajar na China”, declarou. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) não sinalizou nenhuma possibilidade de que o cenário possa representar uma emergência global. Não há indícios de surtos preocupantes em outras nações, apesar de dois registros pontuais na Índia, por exemplo. 

De acordo com a OMS, o escritório da organização na China contribui com as autoridades locais para no rastreamento de patógenos e mudanças em cepas e variantes do vírus. A entidade também demonstrou preocupação com as notícias falsas sobre o tema.  

O HMPV não é um novo vírus respiratório. Ele é conhecido há mais de 60 anos e causa sintomas geralmente leves, como tosse, febre e congestão nasal. Casos graves não são comuns, mas podem levar à pneumonia, especialmente em crianças, idosos e pessoas com comorbidades.  

Atualmente, não há tratamento antiviral específico ou vacina. A OMS recomenda medidas preventivas simples, como as aplicadas normalmente para doenças respiratórias, incluindo gripe e Covid-19. Quem apresentar sintomas respiratórios deve ficar em casa quando doente, usar máscaras em locais público e fechados, cobrir a boca ao tossir ou espirrar e lavar as mãos frequentemente. 

Mais sobre o vírus  

O Metapneumovírus humano é um vírus que causa doenças respiratórias. Ele se propaga por meio de gotículas respiratórias, contato próximo com pessoas infectadas ou toque em superfícies contaminadas. Em casos mais graves, a infecção pode evoluir para bronquite ou pneumonia.  

Como os sintomas são muito parecidos aos causados por outros vírus, o diagnóstico exato só é possível com testagem específica.  Não há casos registrados no Brasil até o momento, mas o vírus já foi observado em território nacional. 

Um estudo conduzido no Brasil entre 2009 e 2011 e publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, identificou a presença do HMPV em pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) no Rio Grande do Sul nesse período. 

Autoridades internacionais recomendam tratamento concentrado no alívio de sintomas. Segundo recomendações da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos isso inclui medicamentos para controlar a febre, descongestionantes, muita hidratação e, em casos mais graves, oxigenoterapia.  

Como o vírus circula em todo o mundo há décadas, uma parte importante da população já teve contato com a doença e tem imunidade desenvolvida. Ainda assim, é fundamental ter atenção aos sintomas e buscar orientação médica em caso de suspeita de infecção respiratória, especialmente para quem se enquadra nos grupos de risco.  

Edição: Nathallia Fonseca