Após a queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga os municípios de Aguiarnópolis, no Tocantins, e Estreito, no Maranhão, o Ministério Público Federal (MPF) iniciou o processo de apuração das causas do desabamento, dos danos ambientais ocasionados pela queda dos caminhões e dos impactos causados na fauna, flora e abastecimento de água da região local.
Além disso, o órgão instaurou um inquérito civil para investigar as consequências socioambientais no Pará. O rio Tocantins corre para o norte do país e passa pelo território do Pará até desembocar na baía do Marajó, que, por sua vez, deságua no Atlântico. Até o momento, três mortes foram confirmadas e 15 pessoas seguem desaparecidas.
A preocupação dos procuradores é a carga de ácido sulfúrico e agrotóxicos levada pelos caminhões que caíram no rio Tocantins. Em comunicado oficial, a prefeitura de Marabá (PA), pediu que "todos os moradores e comunidades situados à margem do rio Tocantins evitem qualquer contato com a água do rio."
Além do inquérito, o MPF solicitou que a prefeitura de Marabá e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) do Pará enviem, em caráter de urgência, estudos preliminares sobre a qualidade da água no rio Tocantins.
À Semas, o MPF também solicitou que envie todos os profissionais disponíveis para que analisem os possíveis impactos a curto, médio e longo prazo na biodiversidade e na utilização da água pela população.
Por fim, os procuradores querem que o Instituto Evandro Chagas, ao Museu Emílio Goeldi e à Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) analise o impacto ambiental do derramamento dos produtos químicos no rio.
Nova ponte?
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) afirmou, nesta segunda-feira (23), que tentou contratar uma "reabilitação" para a ponte Juscelino Kubitschek, mas que a licitação fracassou. O edital foi lançado pelo órgão no primeiro semestre deste ano.
De acordo com o Dnit, o edital fracassou pois a obra custaria R$ 13 milhões, mas 11 das 12 empresas que participaram da licitação não conseguiram se comprometer com o valor. A única que afirmou fazer a reforma com o orçamento determinado não conseguiu apresentar os documentos necessários.
Ainda nesta segunda-feira, o governo federal, através do ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou que publicará um decreto emergencial para que uma nova ponte seja construída.
O Dnit calcula que a obra de uma nova ponte pode custar entre R$ 100 e R$ 150 milhões. A nova obra depende de outros fatores, informou o ministro. "Nós ainda vamos avaliar o que está submerso, como será retirado, quais serão os custos adicionais advindos de outros serviços além da obra."
Edição: Thalita Pires